Após nove meses no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defende a ação do governo para estruturar a economia e a política social.  Em entrevista coletiva concedida a jornalistas de nove importantes emissoras de rádio brasileiras na manhã desta quinta, dia 2, Lula negou que estivesse frustrado por não estar concretizando suas propostas de governo e anunciou a unificação dos programas sociais para o dia 28.

O presidente explicou que é impossível realizar ações práticas de um dia para o outro.

– Entre anunciar e funcionar, tudo leva meses – disse ao dar exemplos de que para construrir uma refinaria é preciso de sete anos, ou uma hidrelétrica, até nove anos. Mesmo assim, Lula citou a distribuição de crédito para agricultura familiar, programas de alfabetização e as negociações ocorridas em Cancún para o comércio internacional como algumas medidas que já estão tranzendo reflexos ou ainda surtirão efeito em breve. Também foi otimista e enfático:

– Vou fazer tudo o que eu queria fazer quando era candidato, mas até colocar a casa em ordem, leva um tempo.

Os programas sociais serão unificados no dia 28.  O presidente afirmou que está trabalhando em conjunto com os 27 governadores, para definir as regras. Nos Estados em que já existem ações de transferência de renda, esses programas serão complementados pela União. Nos outros, será feita uma parceria entre União, Estado e municípios. Os números do governo dão conta de que 1,2 milhão de pessoas serão atendidas imediatamente, mais 1,2 milhão só a partir de dezembro e 1,2 milhão, em janeiro.

– As pessoas que hoje recebem R$ 30 passarão a receber em média R$ 65, o que é um acréscimo brutal – disse. 

O Fome Zero, apesar das críticas que vem recebendo, continua sendo a menina dos olhos do presidente, que mais uma vez afirmou que o programa é um sucesso. Segundo Lula,  em outubro, haverá um crescimento de 41% da população que recebe o cartão-alimentação, e 47% das cidades atendidas. Guaribas, o primeiro município em que o programa foi instalado, foi usado como exemplo para mostrar que o combate à fome está ocorrendo. Entre os números apresentados, está o da redução do índice de mortalidade em sete meses de 35,7 por mil nascimentos para zero.

– Guaridas ainda não virou uma Califórnia, nem tampouco uma Ribeirão Preto. Mas pela primeira vez a cidade ganhou um insituto de beleza. Vocês imaginam o que isto significa? – indagou o presidente.