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Bush volta a defender sua decisão de atacar o Iraque

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, foi a público novamente nesta sexta, dia 3, para defender a decisão de ter entrado em guerra com o Iraque, apesar das crescentes dúvidas da opinião pública sobre o tema. Ele baseou sua defesa na alegação de que há sinais de que o regime de Saddam Hussein realmente tentava desenvolver armas não-convencionais, segundo um relatório divulgado na quinta.

– Não consigo pensar em ninguém que acredite que o mundo seria um lugar seguro com Saddam Hussein no poder – disse Bush.

Os democratas reagiram ao relatório argumentando que ele mostra que não havia nenhuma ameaça imediata e que a guerra teria sido baseada em alegações falsas. Na sexta, os jornais dos EUA diziam em suas manchetes que o relatório de David Kay, da CIA (inteligência norte-americana), mostrava que não haviam sido encontradas armas químicas ou biológicas no Iraque, e uma pesquisa da CBS e do The New York Times mostrava uma queda na confiança do público na capacidade de Bush de gerenciar crises. Bush afirmou não estar preocupado com o fato de 53% dos norte-americanos acharem que a guerra não valeu a pena, como mostrou a pesquisa.

– Às vezes os norte-americanos gostam das decisões que tomo, às vezes não. Mas eles precisam saber que eu tomo decisões difíceis, baseadas no que acho certo, baseadas em informações que recebo, para dar segurança a este país e trazer a paz – disse ele, num discurso muito semelhante ao que o primeiro-ministro britânico Tony Blair fez esta semana com o mesmo objetivo de reafirmar que ir à guerra era a decisão correta.

Numa aparição de surpresa no Jardim Sul da Casa Branca, Bush afirmou que o relatório de Kay mostrou que durante mais de duas décadas o regime de Saddam manteve programas de armas de destruição em massa, que envolveram milhares de pessoas e bilhões de dólares. Bush afirmou que esses programas eram muito secretos e continuaram em operação mesmo depois da guerra.

– A equipe do doutor Kay descobriu especificamente o que o relatório chama de dezenas de atividades relacionadas ao programa de armas de destruição em massa, e significativas quantidades de equipamento que o Iraque havia ocultado da ONU durante as inspeções que começaram no final de 2002 – disse Bush.

Ele afirmou que o relatório não é definitivo, mas que as descobertas de Kay deixam claro que "Saddam Hussein enganou ativamente a comunidade internacional, que Saddam Hussein estava em clara violação da resolução 1441 do Conselho de Segurança da ONU e que Saddam Hussein era um perigo para o mundo".

As informações são da agência Reuters.

 
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