| hmin
O Irã não poderá ir adiante sem evoluir e atender o desejo popular por reformas profundas, afirmou a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz deste ano, Shirin Ebadi, em entrevista publicada neste sábado, dia 11. A primeira iraniana a receber um Nobel declarou ao jornal francês Le Monde que o prêmio vai encorajar os ativistas por direitos humanos no Irã, mas negou que a honraria seja um gesto político da comissão norueguesa.
– Se não evoluir, a República Islâmica não se manterá. Não apenas no governo, mas também no país, queremos reformas sérias e radicais. Minha posição não é contra o Islã. Atualmente há aiatolás importantes que são a favor da separação entre Estado e religião – disse Ebadi.
Os conservadores iranianos consideram o prêmio a Ebadi como um favorecimento do comitê do Nobel à pauta política do Ocidente. Já os reformistas do país festejaram a premiação como um agente catalisador das mudanças. Ebadi disse que o tempo das revoluções acabou, mas que os iranianos desejam reformas civis, políticas, econômicas e de direitos sociais porque "estão profundamente desapontados com a revolução islâmica".
Ela declarou que o presidente do Irã, Mohammad Khatami, perdeu várias oportunidades e não é o único porta-voz das reformas. O governo de Khatami parabenizou Ebadi pelo prêmio. Mudar a lei eleitoral permitindo ao povo escolher livremente seus representantes é a melhor maneira de garantir a mudança, diz Ebadi, acrescentando que, se os conservadores impedirem a medida, os iranianos simplesmente boicotarão o processo eleitoral. Eleições parlamentares devem ser realizadas no final de fevereiro.
A advogada afirmou ainda que a primeira reforma que ela faria seria a abolição das penas islâmicas e sua substituição por um sistema judiciário. Ebadi também pediu o fim das amputações no país.
As informações são da agência Reuters.
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.