| 14/10/2003 08h08min
O Brasil e a Comunidade Andina expressaram nesta segunda, dia 13, preocupação com uma onda de confrontos civis na Bolívia que já matou mais de 50 pessoas no último mês, e pediram diálogo entre o presidente boliviano Gonzalo Sánchez de Lozada e seus opositores para, no dizer do Itamaraty, "encontrar soluções pacíficas para a crise" política.
Declarando "plena disposição" do governo brasileiro em colaborar com o desenvolvimento da Bolívia, a nota divulgada pelo Itamaraty chama a atenção do governo boliviano para os compromissos assumidos com o Mercosul: "O governo do Brasil sublinha, por outro lado, sua expectativa de que as fórmulas para solucionar a crise sejam perfeitamente consentâneas com os compromissos com a ordem democrática assumidos no âmbito do Mercosul, do qual a Bolívia é Estado associado."
A Comunidade Andina (CAN) declarou desaprovação aos protestos violentos que buscam tirar o presidente Gonzalo Lozada do poder. O bloco comercial mais
antigo da América Latina,
formado pela Venezuela, Colômbia, Peru, Equador e Bolívia, afirmou que é necessário manter a institucionalidade democrática do país "em conformidade com o compromisso da Comunidade Andina com a democracia".
O estopim dos protestos foi um projeto de exportação de gás por um porto do Chile, anunciado no início de outubro. Para apaziguar os protestos, Lozada suspendeu todos os novos projetos de exportação de gás boliviano até 31 de dezembro deste ano, quando ocorrerão consultas populares e debates sobre o assunto.
Sánchez de Lozada disse que os protestos fariam parte de um plano golpista "financiado no exterior para destruir a democracia no país", sem dar maiores detalhes sobre o suposto plano. Ele declarou que não vai renunciar. Nesta segunda mais 15 pessoas foram mortas quando a polícia boliviana entrou em confronto com manifestantes armados com bodoques e pedras que exigiam a renúncia do presidente.
Trata-se da pior onda de violência urbana
– concentrada em El Alto, vizinha de
La Paz – e rural desde a restauração da democracia na Bolívia, em 1982, segundo entidades de direitos humanos.
Com informações da agência Reuters.
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