| 05/03/2001 18h18min
As centrais sindicais ameaçam abandonar a negociação sobre o pagamento da diferença do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) relativo aos planos econômicos de 1989 e 1990, caso o governo insista em reduzir a multa rescisória de 40% sobre o saldo do fundo que o trabalhador recebe na demissão sem justa causa. A proposta do governo, a ser apresentada às centrais em reunião nesta quarta-feira, em Brasília, com o ministro do Trabalho, Francisco Dornelles, prevê a destinação de metade da multa para ajudar a pagar a dívida. A proposta do governo estabelece também uma contribuição social de 2% sobre a folha de pagamento, que seria paga por empresas não-cadastradas no Simples. Em compensação, o porcentual que as empresas depositam mensalmente no FGTS passaria de 8% para 7% da folha. Desta forma, as micro e pequenas, que são as maiores empregadoras, seriam beneficiadas pela redução do porcentual. A CUT afirma ser contra qualquer proposta de contribuição dos trabalhadores e de empresas sem participação do governo, que é "o réu" nesta questão, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A entidade apóia a taxação de empresas comprovadamente responsáveis por alta rotatividade de empregados, como as do setor de construção civil e comércio, por exemplo, alegando que elas contribuem para o rombo do fundo. A CUT também apóia a taxação sobre os bancos, argumentando que essas instituições pagam 15% de IR – enquanto boa parcela de contribuintes paga mais que isto. O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, informou que, se a proposta de reter metade da multa dos trabalhadores for colocada na reunião, "os dirigentes sairão na mesma hora" e darão início ao calendário de manifestações já programado pelas centrais.
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