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O Brasil decidiu propor ao Fundo Monetário Internacional (FMI) um novo acordo com o organismo, anunciou o secretário do Tesouro, Joaquim Levy, nesta terça, dia 4. Os termos e o montante do novo programa ainda serão negociados. A convite do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, a vice-diretora-gerente do Fundo, Anne Krueger, vem ao país na próxima quarta para participar das conversas.
– Nossa avaliação conjunta foi de que sim, há interesse em termos uma continuação, ou um novo programa com o Fundo. Isso deve ajudar o crescimento no Brasil – disse Levy em entrevista à imprensa, depois de reunir-se com a missão do FMI em visita ao país para a quinta e última revisão do atual acordo de empréstimos de US$ 30 bilhões que expira no final do ano.
Jorge Marquez-Ruarte, chefe da missão do Fundo, disse que é positivo para o Brasil continuar com um programa com o organismo.
– Estamos de acordo que é muito benéfico prosseguir com o acordo. O Fundo sempre está disposto a apoiar um programa de governo que tende ao crescimento e à equidade – afirmou.
A missão e o governo brasileiro já vinham conversando sobre a possibilidade de um novo programa desde que a equipe de Marquez-Ruarte chegou ao país há mais de uma semana. Palocci, por sua vez, disse recentemente que qualquer novo acordo teria um caráter preventivo e em montante inferior ao do atual, que foi desenhado para proteger a economia brasileira das tensões pré-eleitorais do ano passado.
A decisão de recorrer ao Fundo agradou economistas, que vêem na manutenção do relacionamento com o organismo pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um colchão para eventuais solavancos.
– A única coisa que dá para se dizer neste momento, é que na ótica do investidor estrangeiro, a manutenção do acordo com o Fundo é muito mais confortável no sentido de carregamento de papéis brasileiros. É um seguro barato e a relação custo-benefício é melhor ainda – disse Octávio de Barros, economista do Bradesco.
Perguntado sobre valores, o secretário do Tesouro disse que o país já tem US$ 30 bilhões em caixa e, por isso, "estamos desenhando o que responde melhor às perspectivas do balanço de pagamentos, dos compromissos internacionais do país".
A economia brasileira está numa situação mais confortável do que no ano passado, com a inflação sob controle, as taxas de juros em declínio e robustos superávits comerciais. O Brasil está sujeito a um programa do Fundo desde 1998, quando o país recorreu ao organismo para proteger-se de turbulências nos mercados globais que acabaram levando à desvalorização da moeda no ano seguinte.
As informações são da agência Reuters.
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