| 06/11/2003 12h50min
O jornal norte-americano Los Angeles Times mandou seus repórteres não identificarem mais os combatentes anti-Estados Unidos no Iraque como "forças de resistência'' porque a expressão os romantizaria e evocaria alguns dos heróis da Segunda Guerra Mundial.
A proibição foi determinada por Melissa McCoy, editora-executiva-assistente do Times. Em um email enviado na noite de segunda, dia 3, para seus funcionários, McCoy pediu aos repórteres e redatores que escrevam, no lugar de "forças de resistência'', ''insurgentes'' ou "guerrilheiros''.
McCoy disse na quarta, dia 5, que o memorando foi resultado de uma conversa entre os principais editores da publicação e não uma reação a eventuais reclamações de leitores. A comunicação veio à tona pela primeira vez no site L.A. Observed (www.laobserved.com).
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Dean Baquet (editor-chefe do Times) e eu tivemos a mesma reação quando vimos o termo usado
no jornal. Nós dois sentimos que o termo evoca um certo sentimento, um certo romantismo e heroísmo da resistência. – disse McCoy.
O episódio aponta para a atmosfera altamente politizada em torno da guerra contra o Iraque, que se viu acompanhada por acusações de jornalismo parcial de todos os lados do espectro ideológico. Allan Siegal, do New York Times, disse concordar com a decisão tomada por seus concorrentes de Los Angeles.
– Não temos uma política sobre isso, mas quando você mencionou o termo, ele soou como romântico para mim. Esse não é o tipo de linguagem neutra, fria que desejamos – afirmou.
Mas David Hoffman, editor de notícias internacionais do jornal The Washington Post, afirmou que a publicação usou o termo e que não vê nenhum problema nele.
– Eles estão resistindo contra a ocupação norte-americana. Isso não é uma descrição inexata – disse Hoffman.
Com
informações da agência Reuters.
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