| 06/11/2003 22h03min
Richard Perle, o influente assessor do Pentágono, disse nesta quinta, dia 6, que o Irã está envolvido "até o pescoço no terrorismo" e que os Estados Unidos deveriam discretamente incentivar uma revolução democrática naquele país.
– Há alguma dúvida a respeito do apoio do Irã ao terrorismo, a respeito de seus pagamentos ao Hamas e ao Hizbollah? – disse Perle em discurso em Berlim, referindo-se a dois grupos radicais islâmicos.
Mais tarde, ele disse que há um "descontentamento generalizado" dos iranianos com o regime islâmico.
– Acho que podemos ver uma mudança de regime no Irã provocada pelos iranianos, mas eles precisam de alguma ajuda. Precisam de mais transmissões (de rádio e TV) para que a comunicação melhore. Nós deveríamos estar preparados para ajudá-los a publicar jornais em seu próprio país – afirmou Perle.
O Irã faz parte da lista de inimigos que o presidente George W. Bush chamou em janeiro de 2002 de "eixo do mal", junto com a Coréia do Norte e o Iraque, então governado por Saddam Hussein. Washington acusa Teerã de desenvolver armas nucleares, mas os iranianos garantem que seu programa atômico se destina apenas à geração de energia.
Perle, membro e ex-diretor do influente Conselho de Política de Defesa, esteve entre os mentores da invasão norte-americana no Iraque. Ele disse que não vê com surpresa o fato de militantes estrangeiros estarem se infiltrando no Iraque para atacar tropas norte-americanas e outros alvos estrangeiros.
– O sucesso no Iraque é uma ameaça a cada regime tirânico na região, e eles compreendem isso – afirmou.
Perle também expressou preocupação com os recentes acontecimentos na Rússia, país que segundo ele está impondo uma pressão brutal sobre outros da antiga União Soviética e onde "metade do governo foi da KGB (polícia secreta soviética)", inclusive o presidente Vladimir Putin.
Sobre a prisão do empresário Mihail Khodorkovsky, que era diretor da empresa de petróleo Yukos e foi acusado de fraude e evasão fiscal, Perle disse que se trata de uma preocupante decisão com motivações políticas.
– Acho que deveríamos suspender a Rússia do G8 (grupo dos oito países industrializados mais ricos do mundo). O jeito que trataram Khodorkovsky é inteiramente inconsistente com os princípios e valores de todos os outros sete, e deve haver alguns padrões para os membros. Não podemos simplesmente ignorar isso. Se ignorarmos, haverá mais – disse ele.
As informações são da agência Reuters.
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