O presidente Yasser Arafat concordou em dividir os poderes de segurança entre o ministro do Interior e um conselho nacional neste sábado, dia 8, um lance destinado a solucionar uma disputa de poder e pavimentar o caminho para um novo governo. A novidade, que deve satisfazer as demandas dos Estados Unidos por reformas em um mapa para a paz com Israel, coincide com recentes confrontos nos quais soldados israelenses atiraram e mataram três palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

O primeiro-ministro palestino Ahmed Korie havia proposto que Hakam Balawi, preferido pela Fatah para ministro do Interior, desistisse do controle da pasta sobre as forças de segurança palestinas. Em vez disso, essa autoridade iria para o conselho nacional de segurança, que está sob os auspícios de Arafat, mas inclui o general Nasser Yousef - escolha original de Korie para o Ministério do Interior rejeitada pela Fatah.

– O ministro do Interior provavelmente será Hakam Balawi, com responsabilidade pelos negócios da administração, enquanto as questões de segurança serão conduzidas pelo conselho nacional de segurança liderado por Arafat – disse premiê neste sábado, depois de reunir-se com Arafat na cidade de Ramallah.

A luta de poder entre Korei e Arafat suspendeu a formação de um governo palestino permanente depois que os 30 dias de mandato de um gabinete de emergência expiraram nesta semana, emperrando o mapa da paz e renovando sangrentos confrontos.

No sábado, o exército israelense informou ter matado dois palestinos vistos próximos à fronteira com a Faixa de Gaza, uma área onde há freqüentes infiltrações e tentativas de emboscada. Segundo autoridades de segurança palestina, os homens mortos não eram militantes conhecidos e provavelmente eram trabalhadores tentando entrar em Israel em busca de trabalho.

Na Cisjordânia, testemunhas disseram que soldados israelenses mataram um rapaz de 19 anos que atirava pedras e feriram duas crianças. O plano de paz apoiado pelos EUA - o mapa da paz - busca pôr fim à violência em três anos de levante palestino criando um Estado palestino na Cisjordânia e Faixa de Gaza até 2005.

Estados Unidos e Israel afirmam que Arafat deve transferir os poderes de segurança para um novo governo independente antes que qualquer negociação de paz possa ser retomada.

– Espero que o anúncio (do governo) seja feito logo – disse Korei.

Não houve resposta imediata de Israel. O acordo entre Arafat e o primeiro-ministro foi um golpe à decisão da Fatah de dar controle exclusivo sobre as forças de segurança a Balawi. A facção indicou Yousef para o conselho nacional de segurança em ato visto como esforço para atenuar o golpe ao poder de Korei.

As informações são da agência Reuters.