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 | 27/11/2003 10h37min

Desemprego fica estável em 10,1% em outubro no RS

Índice não refletiu início da recuperação econômica

O desemprego na região metropolitana de Porto Alegre permaneceu estável em 10,1%, no mês de outrubro em relação a setembro, informou nesta quinta, dia 27, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O instituto apurou que 182 mil pessoas estão sem emprego na região. No entanto, apesar da estabilidade do índice, o desemprego subiu 4,4% se comparado a outubro de 2002.

Segundo o IBGE, há 1,6 milhão de pessoas empregadas em Porto Alegre. No Brasil, o desemprego manteve-se elevado em outubro, mostrando que o mercado de trabalho ainda não está reagindo à moderada retomada da economia, mesmo após os sucessivos cortes de juros. A taxa de desemprego medida IBGE ficou estável em 12,9% no mês passado, a mesma leitura de setembro.

A pesquisa foi realizada em Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, e Porto Alegre. O índice nacional aumentou em relação a outubro de 2002, quando a taxa foi de 11,2%. O IBGE informou ainda que o rendimento médio real do trabalhador continuou em queda, recuando 0,7% em relação a setembro e 15,2% contra outubro de 2002. Foi a oitava queda seguida na comparação anual. O número de pessoas procurando trabalho caiu 0,5% em relação ao mês anterior, para 2,77 milhões de pessoas. Na comparação com o mesmo período de 2002, houve alta de 21,7%, o que significa 494 mil pessoas a mais buscando emprego.

O número de pessoas ocupadas ficou praticamente estável, com leve queda de 0,4% em relação ao mês anterior, somando 18,63 milhões. Na comparação com outubro do ano passado, houve alta de 3,1%, o equivalente a 556 mil pessoas. A economia brasileira foi bastante prejudicada pelo forte aperto monetário, que abateu a renda do trabalhador e gerou várias demissões, mantendo o desemprego alto.

Em outubro, o rendimento médio real habitualmente recebido pelas pessoas ocupadas nas seis regiões metropolitanas foi de R$ 831,10 ou, aproximadamente, 3,5 salários mínimos. A variação de -0,7% (aproximadamente R$ 5) em relação a setembro deste ano não foi significativa. Houve queda de 15,2% (aproximadamente 0,6 salário mínimo) em relação a outubro do ano passado.

De setembro para outubro deste ano, o rendimento cresceu em Belo Horizonte (2,9%), permaneceu estável na região metropolitana de São Paulo e caiu nas outras quatro regiões: Recife, Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre (-3,8%, -2,8%, -3,5% e -1,5%, respectivamente). Em relação a outubro de 2002, o rendimento caiu consideravelmente nas seis regiões metropolitanas pesquisadas: Recife (-15,7%), Salvador (-9,0%), Belo Horizonte, (-11,7%), Rio de Janeiro (-19,1%), São Paulo (-15,3%) e Porto Alegre (-7,8%).

Ainda em relação a outubro de 2002, os trabalhadores por conta própria tiveram a maior perda real no rendimento (22,1%). Para os trabalhadores com carteira de trabalho assinada do setor privado a retração foi 10,6%, enquanto o rendimento dos sem carteira de trabalho assinada caiu 5,1%.

Após um corte de juros nove pontos percentuais entre junho e novembro, os analistas esperavam que o emprego mostrasse uma recuperação no final do ano, ainda que lenta, já que este é um dos últimos setores a mostrar fôlego durante a retomada econômica. Mas o desemprego vem se mantendo perto do patamar recorde de alta, de 13%, atingido em junho e agosto. Analistas dizem que as contratações temporárias de final de ano podem ajudar a diminuir o desemprego neste último trimestre.

As informações são da agência Reuters.


 
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