| 30/11/2003 17h59min
O Criciúma perdeu por 2 a 0 para o Grêmio na tarde deste domingo, dia 30, no Estádio Heriberto Hülse, em Criciúma. Os gols foram marcados por George, de pênalti, e Christian.
A opção do técnico Gilson Kleina por uma formação mais defensiva, com três zagueiros, favoreceu os planos do Grêmio no Heriberto Hülse. Mesmo jogando em casa, o Tigre não repetiu o ímpeto de jogos anteriores e acabou sendo envolvido no meio-campo.
Sem poder de articulação das jogadas, o Criciúma raramente chegou ao gol de Eduardo Martini. Já o Grêmio insistiu nos lançamentos de longa distância e isso facilitou o trabalho do sistema defensivo do Criciúma. Nesse ritmo lento a partida ganhou em monotonia e perdeu em emoção.
Antes do Grêmio abrir o placar com o gol de George, aos 41 minutos, o Tigre havia perdido apenas uma boa chance de marcar. Após uma tabela rápida na entrada da área, Luciano Almeida passou para Paulo Baier. O lateral estava livre e, meio desequilibrado, chutou por cima do travessão.
O Criciúma melhorou sensivelmente no segundo tempo no sistema 4-4-2. Kleina tirou Leó Oliveira e Cléber Gaúcho e colocou Douglas e Alexandre. Os jogadores passaram a ter a posse de bola, mas sem força para articular em direção ao gol. O gol de Chirstian, aos 23 do segundo tempo, decretou a derrota do Tigre.
A frustração de mais uma derrota foi demais para os torcedores do Criciúma. A partida ainda não havia terminado e os protestos já eram fortes contra a diretoria e a comissão técnica do Tigre. Quem foi ao Heriberto Hülse torcer para o Criciúma saiu com o orgulho ferido em meio a uma festa azul dos gremistas.
Logo após o gol de George, no final do primeiro tempo, vários torcedores se viraram contra as cabines da social e insultaram o presidente Moacir Fernandes. Alguns acenavam com dinheiro para insinuar que o clube teria entregado a partida. No intervalo do jogo, uma torcida organizada tentou estender uma faixa que pedia eleições para a presidência. Houve resistência e confusão.
A incapacidade da equipe em atacar irritou ainda mais os que já estavam desconfiados depois de uma semana de muitas declarações infelizes. Quando Christian ampliou, aos 23 minutos do segundo tempo, o desânimo aumentou e os torcedores aumentaram o coro de "vendido, vendido".
No outro lado, mais de cinco mil gremistas eufóricos se comportaram como se estivessem no Estádio Olímpico. E como nunca antes visto, o amarelo do Heriberto Hülse foi ofuscado pelo azul das bandeiras e camisetas do Grêmio. Até gritos de "olé" os torcedores do Tigre foram obrigados a ouvir dentro de sua própria casa.
Assim que o árbitro Jamir Carlos Garcez encerrou o confronto, dezenas de pessoas se concentraram na boca do túnel do Criciúma para protestar. Cabisbaixos, os jogadores foram insultados de "mercenários" e "vendidos".
– O torcedor não tem o direito de dizer isso – lamentou o lateral Luciano Almeida.
O técnico Gilson Kleina afirmou que os torcedores têm o direito de protestar em relação ao resultado do jogo. Mas discordou dos xingamentos contra a equipe.
– Queríamos dar a vitória ao torcedor, mas falhamos duas vezes e pagamos com a derrota – comentou Kleina.
As informações são do Diário Catarinense.
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