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A polícia sul-africana anunciou nesta quinta, dia 4, ter prendido duas pessoas ligadas a uma quadrilha de tráfico de órgãos humanos atuante no Brasil, em Israel e na África do Sul. Os detetives investigam cerca de 30 operações com rins comprados realizadas em um hospital particular da cidade sul-africana de Durban. As investigações começaram depois de informações recebidas de autoridades brasileiras.
A Polícia Federal brasileira disse na terça ter prendido 11 supostos membros da organização e ter desbaratado a quadrilha, que oferecia a pessoas pobres milhares de dólares em troca de um rim. Um israelense, que a policia acusa de ter recebido um transplante de rim, e um sul-africano de origem israelense suspeito de ser o intermediário foram detidos em Durban na quarta, afirmou Mary Martins-Engelbrecht, porta-voz da polícia. Os dois foram libertados após pagamento de fiança.
A quadrilha é parte de um mercado em expansão envolvendo órgãos obtidos ilegalmente. O mercado alimenta-se da crescente carência de rins no mundo desenvolvido e da situação de desespero de muitos moradores dos países em desenvolvimento. Muitas pessoas ou morrem enquanto esperam por um órgão nas listas de transplante ou ficam tão doentes que não podem se submeter à cirurgia.
– Pessoas foram contatadas (no Brasil) e ouviram a proposta de receber uma grande quantia em dinheiro em troca de seus órgãos. Elas foram levadas para dois hospitais particulares em Durban, onde os órgãos foram extraídos e transplantados imediatamente – afirmou Martins-Engelbrecht.
Segundo a polícia brasileira, os candidatos a vender o órgão, antes de viajarem para a África do Sul, foram submetidos a exames médicos para avaliar seu estado de saúde. O preço pago por um rim girava em torno de US$ 10 mil, mas transações recentes foram fechadas por um preço menor, de US$ 6 mil. Martins-Engelbrecht disse que as investigações se iniciaram um ano atrás e que outras prisões devem acontecer.
– Estamos procurando por membros da quadrilha em todo o mundo. Tivemos sucesso no Brasil, em Israel e na África do Sul, mas suspeitamos que a organização seja mais ampla – afirmou.
As informações são da agência Reuters.
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