| 21/03/2001 22h40min
O Exército vai começar a patrulhar a fronteira do Brasil para impedir a entrada de gado e produtos de origem animal contrabandeados, que podem conter o vírus da febre aftosa. A medida foi anunciada nesta quarta-feira pelo Ministério da Agricultura, depois de uma conversa entre o ministro Marcus Vinícius Pratini de Moraes e seu colega da Defesa, Geraldo Quintão. Segundo o delegado federal da Agricultura do Rio Grande do Sul, Odalniro Dutra, serão definidos nesta quinta-feira os pontos de maior risco na fronteira. Desde a semana passada, a Marinha já auxilia na fiscalização dos rios. Ainda nesta quinta, o governo federal deverá encaminhar à Organização Internacional de Epizootias (OIE) pedido para retomada do status sanitário do Rio Grande do Sul como zona livre de febre aftosa com vacinação, ao lado de Santa Catarina. Durante uma reunião entre Pratini e representantes da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), foi definido ainda que o Brasil vai encaminhar à Argentina sua posição contrária à manipulação de um tipo de vírus da doença (o O asiático, inexistente em território brasileiro) por um laboratório daquele país para a produção de vacinas. Os países da América do Sul também estão reforçando a vigilância. O Uruguai proibiu a importação de alimentos argentinos para ração animal, como grãos, forragens e cereais. Na Venezuela, os passageiros provenientes de países com ocorrência da doença passarão por um sistema de desinfecção. A subsidiária boliviana da cadeia de restaurantes Burger King informou nesta quarta que deixará de importar carne argentina. Com a posse do novo ministro da Economia, Domingo Cavallo, a Argentina está adotando uma nova atitude de transparência em relação ao tema. O governo promete divulgar semanalmente os novos focos de aftosa que se detectarem, assim como os estabelecimentos e gado sob suspeita dessa doença. Na Europa, depois de atingir rebanhos na Grã-Bretanha (onde já são 435 focos) e na França, a aftosa chegou à Holanda, onde foram confirmados casos da doença. A União Européia deverá decretar um embargo ao gado e aos produtos de origem animal holandeses, seguindo as mesmas medidas adotadas contra a França.
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