O presidente do Congresso, senador Jader Barbalho (PMDB-PA), anunciou nesta quarta-feira a decisão de assinar o requerimento para a instalação de uma CPI destinada a investigar denúncias de irregularidades e corrupção no governo. Para evitar pegar o Palácio do Planalto de surpresa, antes de subir à tribuna, Jáder reuniu-se pela manhã com o presidente Fernando Henrique Cardoso e o avisou sobre o discurso que faria à tarde no plenário e a disposição de assinar o requerimento da CPI. Para assinar o requerimento da CPI, Jader impôs como condição a inclusão de mais oito casos a serem investigados, como a apuração de irregularidades em empréstimos concedidos pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB), de supostas fraudes da empreiteira OAS e no Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da Bahia e as vinculações do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) com o Banco Econômico, no episódio conhecido como a "pasta rosa". A reação do governo à decisão de Jader não foi boa. O líder do governo no Senado, José Roberto Arruda (PSDB-DF), foi enfático ao criticar o presidente do Senado, acusando-o de ter cometido dois erros. O primeiro deles, segundo Arruda, foi o compromisso em assinar um pedido de CPI genérico. Na avaliação do líder do governo, Jader também repetiu o erro de ACM, ao propor a inclusão de mais oito itens no requerimento para a abertura da CPI. Além de Jáder, mais quatro senadores do PMDB haviam assinado até esta quarta o pedido de CPI: Pedro Simon (RS), Maguito Vilela (GO), José Fogaça (RS) e Roberto Requião (PR). No PFL, apenas ACM tinha assinado o requerimento.