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Centenas de bancários atacaram bancos estrangeiros na Argentina, nesta terça, dia 30, explodindo bombas de fumaça e lançando ovos em protesto contra o que alegam ser a falta de pagamento de aumentos salariais. Foram os piores atos de violência contra bancos estrangeiros no país desde que a crise econômica do ano passado forçou muitas agências a fechar as portas, porque se tornaram o foco da ira dos argentinos contra o congelamento, decretado pelo governo, de bilhões de dólares em poupança.
Um grupo de funcionários de bancos estrangeiros, gritando "greve, greve", quebrou vitrines do Banco Frances, um dos maiores da Argentina, controlado pelo gigante bancário espanhol BBVA. No interior do banco, eles esvaziaram arquivos e jogaram centenas de documentos no chão. Os manifestantes também atacaram o norte-americano Citibank, jogando ovos contra as vitrines protegidas por grades e explodindo uma bomba de fumaça perto da entrada principal. Também ocuparam, por breves períodos, agências do italiano Banca Nazionale del Lavoro e do norte-americano FleetBoston Financial.
– É o mesmo banco que roubou o país em 2001 (quando as contas bancárias foram congeladas) e agora não quer pagar salários decentes aos trabalhadores – disse um bancário, em meio à multidão de manifestantes no centro de Buenos Aires.
Os manifestantes querem que os bancos cumpram decretos do governo que determinam um aumento de 224 pesos (US$ 75,7) em seus salários. O protesto se concentrou nos bancos estrangeiros. Os bancos locais e os sindicatos dizem não haver conflito quanto a salários. A Associação Bancária Argentina, que representa os bancos sob controle estrangeiro que dominam o sistema financeiro desde que a Argentina se abriu aos investimentos internacionais, nos anos 90, condenaram os protestos, dizendo que os aumentos haviam sido pagos.
A polícia em geral apenas observou as manifestações. O presidente Néstor Kirchner, de centro-esquerda, se recusa a autorizar intervenção policial contra protestos, dizendo que não perturbará o que vê como manifestações compreensíveis de parte dos argentinos, que enfrentam a pior crise de sua História.
As informações são da agência Reuters.
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