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O governo deve anunciar ainda esta semana medidas para contornar a crise criada pela Parmalat no Brasil. De acordo com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, estão sendo estudados a liberação de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para as cooperativas de leite, compra do produto para os programas sociais como o Fome Zero, Empréstimos do Governo Federal (EGF) para cooperativas e indústrias, como forma de garantia do preço mínimo do produto, e a possibilidade das cooperativas receberem leite da Parmalat como forma de pagamento de crédito. Este leite seria repassado ao governo.
De acordo com o ministro Roberto Rodrigues, o governo não imagina que os produtores de leite, principalmente os pequenos, sejam penalizados por um problema pelo qual não têm a menor responsabilidade. Atualmente, o Brasil produz 21 bilhões de litros de leite ao ano. A Parmalat, nos últimos tempos, vinha recebendo 3 milhões de litros diários de 19 mil
fornecedores
– individuais, cooperativados ou associados.
O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Amauri Dimarzio, que coordenou uma reunião na tarde desta terça, dia 6, entre representantes da Parmalat, dos produtores de leite e do governo, disse que, a partir desta quarta, dia 7, estará funcionando um grupo especial para analisar todos os problemas relativos à cadeia produtiva do leite no Brasil.
A equipe se reúne a partir das 8h na Secretaria Executiva do Ministério e até sexta terá um panorama completo do setor. Ele também comunicou que o presidente do BNDES, Carlos Lessa, telefonou para o ministro Roberto Rodrigues e informou que o banco está à disposição para os investimentos necessários ao setor.
Dimarzio garantiu, entretanto, que o governo não vai emprestar dinheiro para salvar a Parmalat no Brasil.
– O governo não vai se envolver especificamente no caso de empresas. O governo não administra empresas, mas o
setor – afirmou.
Mesmo assim, ele
admitiu que há uma linha de crédito para comercialização com Empréstimos do Governo Federal (EGF) de R$ 200 milhões para ser usada, mas o EGF pode ser contraído apenas por empresas ou por cooperativas e não por produtores individualmente.
– Vamos dar equilíbrio ao setor. O governo tem ferramentas de apoio aos produtores. Nós não queremos desestruturar o setor de leite, que é muito importante. Em 90 ou 120 dias, estaremos na entressafra e poderá faltar leite – disse o secretário.
De acordo com Dimarzio, se a linha de comercialização do EGF já estivesse em uso, a situação estaria tranqüila.
Com informações da Agência Brasil.
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