Agitando bandeiras e tocando tambores, uma leva de muçulmanos iraquianos partiu nesta quinta, dia 15, para a Arábia Saudita, onde participam do primeiro haj (peregrinação a Meca) desde a queda de Saddam Hussein. Centenas de alegres peregrinos se reuniram na zona sul de Bagdá, sob segurança reforçada, para a viagem, cuja primeira etapa consiste em atravessar o inimigo Kuwait em direção às cidades sagradas sauditas.

– Os peregrinos estão tão contentes neste ano, os jovens e os velhos poderão ir – disse Hayder Mehdi, um iraquiano na casa dos 30 anos que participou desta leva.

Durante uma década de sanções ao país, só os idosos eram autorizados a fazer a viagem.

Os Estados Unidos colocaram os guardas de fronteira em alerta elevado durante a temporada do haj, para evitar que, na volta, militantes disfarçados de peregrinos se infiltrem no país. O haj é uma obrigação que deve ser cumprida ao menos uma vez na vida por todo muçulmano que for fisicamente capaz. Essa peregrinação é um dos cinco pilares do Islã, junto com a caridade, as orações diárias, o jejum no ramadã e a profissão de fé em Deus e no profeta Maomé. O haj começa no princípio de fevereiro e dura duas semanas.

Ao embarcarem nos ônibus, os peregrinos de Bagdá se despediram com emoção de parentes que ajudavam-nos com as bagagens. Uma idosa escolhida para a viagem entre 250 mil pessoas que se candidataram afirmou:

– Esta era a minha ambição há nove anos. Só hoje realizei meu sonho, louvado seja Deus.

Ibrahim Al Jaafari, presidente da comissão do haj no Iraque, disse à Reuters que os planos de fazer a viagem também por via aérea, a partir de Bagdá, foram cancelados "por razões técnicas". Nos últimos meses, vários aviões que decolavam ou pousavam em Bagdá foram alvejados por militantes contrários à presença norte-americana. Com informações da agência Reuters.