O líder da Líbia, Muammar Kadafi, celebrou a melhora nas relações com os Estados Unidos em uma entrevista publicada nesta segunda, dia 26, e sugeriu que os serviços secretos dos dois países já estão trabalhando juntos para deter ativistas islâmicos.

– A cooperação entre a Líbia e os EUA é boa – afirmou Kadafi ao jornal italiano La Repubblica.

No domingo, uma delegação de congressistas norte-americanos chegou a Trípoli, capital da Líbia, para negociar a retomada dos laços diplomáticos e o fim das sanções econômicas. A Líbia anunciou no mês passado estar abandonando seus programas de armas de destruição em massa, abrindo o caminho para uma reaproximação do Ocidente.

O país também se mobilizou recentemente para resolver as antigas disputas e pendências em torno de atentados envolvendo cidadãos líbios. Um, contra um avião norte-americano, em 1988, na Escócia, e, outro, contra um avião francês, em 1989, que sobrevoava a Nigéria. Na entrevista, Kadafi deu a entender que as agências de inteligência da Líbia e dos EUA já estariam cooperando há algum tempo.

– Há grupos trabalhando contra todos nós. É possível que tenha havido algum tipo de cooperação entre os serviços secretos, em especial na investigação de cidadãos líbios que lutaram no Afeganistão (ao lado do Taliban) – disse o dirigente.

A delegação norte-americana chegou em um avião da Marinha dos EUA no domingo. Segundo Kadafi, esse era o primeiro aparelho norte-americano a pousar em Trípoli desde a queda da monarquia, em 1969. As medidas adotadas recentemente pelo líder da Líbia fizeram nascer boatos sobre uma eventual aproximação de Israel.

Mas, na entrevista, Kadafi criticou o Estado judaico, acusando-o de possuir armas de destruição em massa e de encher os países árabes de drogas.

– Os israelenses estão espalhando haxixe por toda a costa do Egito, a Síria e a África do Norte. Talvez, até o haxixe que chegue na Líbia, venha de Israel. Na verdade, temos certeza disso – disse ele.

As informações são da agência Reuters.