O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, recebeu um voto de confiança no Parlamento nesta segunda-feira, mas ainda assim enfrentou uma derrota perante legisladores contrários ao seu plano de desocupar assentamentos judeus em Gaza. Sharon, cuja coalizão controla 68 cadeiras no Parlamento de 120 membros, conseguiu apenas poucos votos a mais do que a oposição. Membros da coalizão de Sharon favoráveis aos assentamentos se abstiveram em protesto à sua iniciativa em Gaza.

A votação, que foi convocada por um grupo de partidos de esquerda, árabe-israelenses e religiosos, foi realizada apesar da ausência do primeiro-ministro no Parlamento devido a um tratamento para a retirada de pedras nos rins. O apoio a Sharon foi reduzido por causa da abstenção de dois partidos da sua coalizão, que se sentiram contrariados com o anúncio que ele fez na semana passada sobre um plano para desmantelar 17 assentamentos na Faixa de Gaza.

A posição de Sharon ameaça a estabilidade de sua coalizão. Os comentários que o primeiro-ministro fez foram os mais incisivos até agora em relação a uma estratégia de ''desligamento'' que ele planeja impor aos palestinos caso um processo de paz apoiado pelos EUA não vá adiante.

Em uma série de votos de confiança que tratam, em sua maioria, de reclamações quanto a austeridade fiscal do governo, a coalizão de Sharon venceu por 47 votos a 45, 48 a 45 e 47 a 43. Uma maioria absoluta de 61 votos teria sido necessária para derrubar o governo.

Um partido pró-assentamentos ameaçou abandonar o governo caso Sharon, antes considerado o padrinho do movimento de assentamentos, começasse a implementar o plano. Sharon garante que formaria um novo governo, se for necessário. Essa foi a segunda vez em uma semana que Sharon recebeu um voto de confiança.

As informações são da agência Reuters.