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Dezenas de milhares de opositores do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, mobilizaram-se neste sábado, dia 14, em Caracas para exigir da autoridade eleitoral que acelere a decisão sobre um referendo contra o governante equerdista. A marcha acontece um dia após Chávez dizer que, se o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) convocar o referendo contra seu mandato, ele impugnará a decisão na Justiça por considerar que houve fraude na coleta de assinaturas para pedir a consulta popular no ano passado.
– Quero dar uma mensagem aos venezuelanos: saiam às ruas, não apenas na área metropolitana, temos que defender as assinaturas custe o que custar – disse o dirigente opositor Alfredo Ramos.
Ele afirmou que a oposição deve continuar nas ruas até que o CNE chegue a uma decisão sobre o referendo contra o militar aposentado, que nos cinco anos de seu mandato já sobreviveu a um golpe e a uma greve de dois meses. Após dois anos de um amargo conflito político em torno de Chávez, a oposição espera fazer este ano um referendo para tirar do poder o presidente, que é acusado de governar de forma autoritária e de administrar de forma ineficaz o quinto maior exportador de petróleo do mundo.
Enquanto os opositores marchavam com bandeiras da Venezuela e cartazes exigindo uma decisão sobre o referendo, o governo organizou para seus seguidores vários atos culturais, um "megamercado" e "jornadas médicas gratuitas". A oposição garante que recolheu mais de 3,4 milhões de assinaturas - um milhão além do exigido - até o fim de 2003.
– Há assinaturas suficientes para que se cumpra a vontade da maioria dos venezuelanos – disse a presidente do sindicato Fedecámaras, Albis Múñoz, que participou da marcha.
O CNE, que havia garantido que anunciaria entre 13 e 15 de fevereiro se haveria o referendo, adiou a decisão para 29 de fevereiro porque vai voltar a revisar um grande número de assinaturas que podem ter sido falsificadas. Enquanto cresce a expectativa sobre a decisão, desde a semana passada as imediações do CNE, cuja sede é protegida pela Guarda Nacional, foram tomadas por simpatizantes de Chávez.
O ministro da Defesa, o general Jorge García Carneiro, declarou no sábado que havia completa tranqüilidade nas cercanias do poder eleitoral e nos locais onde se concentrariam os opositores. A oposição quer que o referendo seja realizado antes de 19 de agosto, porque se for feito depois dessa data e Chávez perder, o restante de governo, até janeiro de 2007, será exercido pelo vice-presidente, que foi escolhido por Chávez.
As informações são da agência Reuters.
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