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Mediadores internacionais liderados pelos Estados Unidos iniciaram neste sábado, dia 21, um esforço concentrado para acabar com a instabilidade política no Haiti que provocou, há duas semanas, a erupção de uma revolta armada no país caribenho.
Autoridades dos EUA, Canadá e França viajaram até a capital Porto Príncipe para persuadir o presidente haitiano, Jean-Bertrand Aristide, a concordar com a formação de um novo governo, aceitável para a oposição, e desarmar as gangues do governo.
Aristide, um ex-pastor que já foi considerado um líder da democracia no país mais pobre da América, está num impasse com seus oponentes políticos desde as mal-sucedidas eleições parlamentares há quatro anos. Os críticos do presidente o acusam de ter se tornado um ditador que usa violência política para oprimir os dissidentes. Aristide deixou claro esta semana que não tem intenção de deixar o cargo, afirmando estar "disposto a morrer, se isso for o necessário para a defesa do país.''
Meses de manifestações nas ruas, freqüentemente reprimidas pelos partidários armados de Aristide, se transformaram definitivamente em revolta no dia 5 de fevereiro, quando uma gangue armada que apoiava o presidente expulsou a polícia da cidade de Gonaives. A rebelião espalhou-se para o noroeste e o centro do país, matando mais de 50 pessoas, incluindo cerca de 20 policiais.
Na sexta-feira, aliados do governo armados com revólveres, pedras e facões atacaram uma passeata de estudantes, ferindo pelo menos 17 pessoas. Enquanto isso, autoridades estrangeiras se dirigiam ao país.
As negociações de sábado focalizaram a quebra do acordo entre Aristide e a oposição – empresários, políticos e ativistas civis a quem Aristide chama de "a rica elite mulata que rejeita violentamente o país ser governado pela maioria negra e pobre.'' Mas os rebeldes armados, que receberam o apoio de ex-soldados do exército e do líder de um esquadrão da morte que aterrorizou o Haiti durante a ditadura militar no início da década de 90, afirmaram que podem aceitar o acordo desde que ele inclua a renúncia de Aristide.
A delegação norte-americana é liderada pelo Secretário de Estado Assistente para os Assuntos do Hemisfério Ocidental, Roger Noriega; a canadense, pelo ministro responsável pelos países de língua francesa; e a da França – que colonizou o Haiti há 200 anos – pelo embaixador do país em Porto Príncipe. Também estão no Haiti delegados da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Comunidade Caribenha (Caricom).
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