| 26/02/2004 23h06min
O brasileiro Gustavo Kuerten segue na briga pelo título do Brasil Open (piso de saibro, premiação total de US$ 380 mil), na Costa do Sauípe (BA). Nesta quinta, dia 26, Guga avançou às semifinais em um jogo emocionante ao vencer o argentino Franco Squillari de virada por 2 sets a 1, com parciais de 3/6, 7/5 e 7/5.
Cabeça-de-chave número 3, o catarinense agora enfrenta outro argentino, Jose Acasuso, por uma vaga na decisão do título do torneio. Nas quartas-de-final, Acasuso também obteve uma virada sensacional para se classificar: passou pelo gaúcho naturalizado alemão Tomas Behrend por 0/6, 6/2 e 6/4.
A outra semifinal do Brasil Open será entre o também argentino Agustin Calleri (cabeça-de-chave número 4) e o peruano Luis Horna. As duas vagas na final serão disputadas nesta sexta, dia 27, ainda sem horários definidos pela organização do torneio.
Nesta quinta, Guga custou a entrar em quadra na Costa do Sauípe. Errando praticamente todas as bolas possíveis, o brasileiro cedeu duas quebras de serviço seguidas para o argentino, no segundo e quarto games. Quando Squillari sacava em 4/0, Guga chegou a ter um break point por força da pressão que a torcida passou a exercer sobre o adversário. Mas Squillari não deu chances e chegou ao 5/0. O catarinense esboçou uma reação ao confirmar seu saque duas vezes e quebrar o de Squillari no sétimo game, mas era tarde demais. O argentino fechou o jogo no primeiro set point que teve em 6/3.
Mais embalado e errando menos, Guga voltou para o segundo set vibrando junto com a panela de pressão em que se transformaram as arquibancadas lotadas, fazendo da partida uma festa barulhenta digna de Copa Davis. Squillari foi quem primeiro ameaçou o saque do brasileiro, mas Guga salvou os três break points contra no quinto game. No sexto, aproveitou logo a primeira oportunidade para abrir 4/2, mas viu o argentino devolver a quebra já no game seguinte. Com Squillari servindo em 5/6, o público já via a decisão ir para um tenso tiebreak quando, com um smash de voleio, Guga fechou a parcial e o set em 7/5.
No terceiro set, os nervos continuaram à flor da pele na quadra. Se por um lado Guga mandava paralelas de esquerda perfeitas rente à linha e recuperava games em desvantagem com primeiros serviços geniais, Squillari acertava verdadeiras patadas na devolução de saque e mantinha um repertório inesgotável de deixadinhas inalcançáveis.
E foi o argentino, mais uma vez, quem teve o primeiro break point da série, no quinto game, que Guga conseguiu salvar para delírio da torcida. No intervalo após o nono game, o brasileiro solicitou atendimento para limpar o pó de saibro de suas lentes de contato. Em um gesto típico do jeitinho brasileiro, um menino das arquibancadas emprestou um espelhinho para que Guga pudesse retirar e colocar as lentes de volta.
Voltando a enxergar claramente, o ídolo levantou a torcida quando, no 12º game, aproveitou a primeira chance que teve e venceu a partida em 7/5. Mais do que o jogo, Guga ganhou também a galera ao mostrar que jogar em casa é mesmo sua maior motivação.
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