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O líder rebelde do Haiti disse nesta quarta, dia 3, que está desarmando suas forças e retirando-as das turbulentas ruas da capital, onde houve tiroteios três dias depois da fuga do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide.
– Decidimos depor armas – disse Guy Philippe, um dia depois de se declarar chefe da polícia e dos militares, desafiando os Estados Unidos, que lideram uma missão autorizada pela ONU para restaurar a ordem.
– A Frente de agora em diante não tem mais homens patrulhando as ruas – disse Philippe a jornalistas, referindo-se às forças rebeldes. Ele afirmou que tomou essa decisão porque as forças internacionais estão agindo para desarmar os simpatizantes de Aristide na cidade.
Washington, que negocia com haitianos influentes para formar um novo governo, pediu aos rebeldes na terça, dia 2, que se desarmem, porque eles não teriam um papel político. A primeira leva de soldados estrangeiros –
norte-americanos, franceses e canadenses – está
vigiando pontos estratégicos, mas mantém a discrição.
Houve um tiroteio nesta quarta na favela de La Saline. Idosas com mercadorias equilibradas na cabeça saíram correndo, e um caminhão foi tombado. Outro tiroteio ocorreu em meio a um congestionamento em uma feira-livre dos arredores, onde os motoristas, em pânico, deram meia-volta em alta velocidade para evitar os disparos. Centenas de pessoas fugiram das ruas que cercam o Palácio Nacional, vigiado pelos EUA.
Nessa quarta, o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, disse que os EUA estão em contato com líderes rebeldes e esperam que eles abandonem suas posições.
– Alguns líderes rebeldes se proclamaram ocupantes de vários cargos. Isso não vai se sustentar com o tempo – afirmou Powell no Congresso.
Não está claro se, no momento de sua declaração, Powell já sabia que Philippe havia prometido depor as armas. Philippe disse que não tem ambições políticas e que
espera que a comunidade internacional crie
instituições que garantam ''que nenhum tirano volte ao poder''.
Sem eletricidade, corpos em decomposição se acumulam no chão do necrotério de Porto Príncipe, onde as autoridades dizem ter recebido 30 cadáveres desde que Aristide partiu, no domingo. Mais de cem pessoas morreram por causa da rebelião, que começou em 5 de fevereiro.
Com informações da agência Reuters.
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