Enfurecidos com as duras palavras do chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), os políticos conservadores do Irã advertiram sobre a possibilidade de o país não cooperar mais com os inspetores internacionais. A informação foi divulgada pelo jornais do país nesta terça, dia 9.

A atitude dos parlamentares conservadores, que retomaram o controle do Poder Legislativo nas eleições do mês passado, poderia prejudicar a ratificação de um acordo assinado meses atrás pelo Irã a fim de permitir a realização de inspeções mais rígidas em suas instalações.

Nessa segunda, dia 8, o chefe da AIEA, Mohamed ElBaradei, criticou o Irã porque o país não deu informações sobre algumas pesquisas no campo nuclear e alguns equipamentos que poderiam ser usados para a fabricação de bombas atômicas. Um parlamentar conservador disse que o país poderia seguir os passos da Coréia do Norte e se retirar do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (NPT).

– A ameaça do Irã sobre sair do NPT é séria – afirmou Hassan Qashqavi, membro da Comissão Parlamentar para a Segurança Nacional e a Política Externa, em declarações publicadas pelo jornal Siyasat-e Rouz.

Segundo Qashqavi, a reunião dos diretores da AIEA, iniciada na segundaa em Viena, havia sido dominada pelos interesses dos Estados Unidos.

– As pressões da América são principalmente políticas e têm por objetivo privar o Irã da tecnologia nuclear – disse. – Isso levará o Irã a reconsiderar a cooperação na área.

O país afirma que seu programa nuclear visa somente à geração de eletricidade e não à fabricação de bombas, conforme acusam os norte-americanos. O governo iraniano disse que o relatório mais recente da AIEA sobre o Irã pinta um quadro injusto a respeito da postura do país. Na semana passada, autoridades iranianas pediram que o assunto fosse tirado da pauta da agência. ElBaradei rebateu essas exigências na segunda-feira, afirmando haver ainda muitas perguntas a serem respondidas.

As informações são da agência Reuters.