| 11/03/2004 15h10min
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) reduziu ligeiramente nesta quinta, dia 11, a projeção de crescimento em 2004, pela performance abaixo do esperado no último trimestre do ano passado. Por outro lado, o Ipea cortou a estimativa de inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para um número mais próximo do centro da meta perseguida neste ano.
O instituto prevê agora que a economia brasileira cresça 3,4%, frente à estimativa anterior de 3,6% feita em dezembro.
– No ano passado tivemos uma trajetória em 'V' do PIB. Houve uma queda forte no primeiro semestre e uma recuperação forte no segundo semestre, mas não suficiente para compensar as perdas (da primeira metade do ano) – afirmou o economista e diretor do Ipea-Rio, Paulo Levy.
O Ipea esperava crescimento de 3% nos últimos três meses de 2003, mas a expansão frente ao trimestre anterior foi de 1,5%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para o IPCA de 2004, a projeção do Ipea caiu a 5,7%, ante os 6,1% anteriores. A meta do governo para o ano é de inflação de 5,5%, com intervalo de tolerância de 2,5 pontos percentuais.
Levy minimizou os efeitos da alta de preços no atacado sobre o varejo, foco de preocupação de parte do mercado.
– Alguns itens do IPA da FGV são menores no IPCA do que no IPC da FGV (por uma questão metodológica) – disse. – Houve um choque importante, mas a gente é capaz de associar isso a aumentos de commodities. Há incertezas de repasse para o consumidor – concluiu.
Apesar disso, o Banco Central ainda pode esperar mais sinais sobre a trajetória dos preços.
– O IPA industrial ainda está ladeira acima. O BC não pode ficar tranquilo com isso. Acho que de março para abril a inflação vai voltar a descer – avaliou Fabio Giambiagi, economista e colaborador do IPEA, depois de ser questionado sobre o comportamento dos juros.
– Se o IPCA de março e de abril vier tranquilo, significa que o fenômeno passou – completou.
Com a inflação em desaceleração, principalmente no varejo, Levy acha que neste primeiro semestre a renda do trabalhador irá se recuperar.
Na estimativa do Ipea, a balança comercial deve ter superávit de US$ 23,1 bilhões este ano. A previsão anterior era de saldo positivo de US$ 19,5 bilhões. Com essa avaliação, o Ipea melhorou também a perspectiva para o saldo em transações correntes no ano. A previsão passou de um déficit de US$ 3,9 bilhões para um déficit de US$ 1,4 bilhão.
Além disso, o instituto prevê que o superávi comercial mantenha o câmbio mais controlado. A estimativa é de dólar médio de R$ 2,97, frente aos R$ 3,11 esperados anteriormente. Para a Selic, a estimativa é de que chegue no último trimestre com média de 14,4%, diante dos 13,9% previstos antes.
As informações são da agência Reuters.
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