| 12/03/2004 15h42min
A chuva e o frio não impediram que uma multidão saísse às ruas de Madri nesta sexta, dia 12, para protestar contra os atentados que vitimaram 199 pessoas e deixaram mais de 1,4 mil feridos. O jornal espanhol El Mundo informou que chega a dois milhões o número de pessoas na marcha. A manifestação, iniciada na Praça de Colón, é marcada pelo silêncio, raramente rompido pelos gritos de "assassinos", referindo-se aos autores dos ataques.
O governo aponta o grupo separatista basco ETA como o principal suspeito pelas explosões que atingiram na quinta, dia 11, trens nas estações de Atocha, região central de Madri, de El Pozo, no sul da cidade, e de Santa Eugênia. Outros acreditam que tenha sido obra da Al-Qaeda. Na quinta, o grupo Brigadas Abu Hafs al-Masri, supostamente ligado à organização de Osama Bin Laden, enviou uma carta ao jornal árabe Al-Quds al-Arabi, em Londres, assumindo a autoria dos atentados. Uma cópia da mensagem também foi mandada por fax para os escritório da agência Reuters em Dubai. Entretanto, ainda não é confirmado o envolvimento da organização muçulmana.
Para mostrar repúdio ao ato terrorista, o governo convocou a passeata que tem como lema "Com as vítimas, com a Constituição e contra o terrorismo". Participam da marcha contra o terror os principais representantes da política do país e internacional. O príncipe Felipe, herdeiro do trono, e as infantas Elena e Cristina, o presidente de governo José María Aznar, o presidente da Comissão Européia, Romano Prodi, o primeiro-ministro da França, Jean-Pierre Raffarin, e o premier da Itália, Silvio Berlusconi encabeçam o protesto nas ruas das capital espanhola.
As cidades de Barcelona, Valência, Salamanca também tiveram as vias tomadas por milhares de pessoas.
Durante o dia, em Atocha, a estação de trem mais atingida no ataque, equipes de emergência vasculhavam os destroços perto de uma faixa na qual se lia: "A morte não nos calará''. Moradores do local, em silêncio, muitos deles pálidos ou em lágrimas, compareceram ao local para colocar flores e velas.
Ao meio-dia, Madri e outras cidades da Espanha paralisaram suas atividades para fazer de cinco a 15 minutos de silêncio. Os motoristas desligaram seus carros e ficaram ao lado deles na principal avenida da capital. As pessoas compareceram às ruas para protestar contra os ataques.
As bandeiras foram hasteadas a meio mastro em toda a cidade. Empresas formaram grandes cruzes negras com faixas de tecido na fachada de seus prédios.
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