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 | 22/03/2004 12h16min

Piratini diz que não tem como negociar reajuste com grevistas

Comando de greve estima que 70% dos policiais estão parados

O chefe da Casa Civil, Alberto Oliveira, afirmou na manhã desta segunda, dia 22, que o governo do Estado não tem condições de negociar reajuste salarial neste momento com os servidores da segurança pública. Conforme Oliveira, a preocupação atual do Piratini é fechar a folha de pagamento de março, e a greve não traz recursos para os cofres do Estado. O secretário ressaltou que a paralisação pode trazer danos irreparáveis para a sociedade gaúcha.

A cúpula da Secretaria da Justiça e Segurança passou a manhã em contato com as delegacias regionais, comando da Brigada Militar, Instituto Geral de Perícias e Superintendência dos Serviços Penitenciários para verificar os índices de adesão à greve. O secretário José Otávio Germano deve se pronunciar sobre a paralisação somente após contabilizar os números absolutos do movimento.

De acordo com a Associação de Oficiais Brigada Militar, pelo menos 139 viaturas deixaram de circular no Estado nesta segunda devido ao mau estado de conservação dos veículos. Nas ruas, policiais realizam operação padrão em que só participam do policiamento ostensivo os servidores que têm colete à prova de balas, armamentos e munição comprados pelo Estado.

O presidente da Associação, Coronel Cairo Bueno de Camargo, ressalta que a situação da polícia é insustentável, e a operação padrão serve para evidenciar o sucateamento dos equipamentos de segurança.

– A segurança pública anda porque é fruto da criatividade dos oficiais de comando e dos praças. Eles pedem gasolina, pedem pneus, e não raro retiram recurso do próprio bolso para comprar uma sinaleira, um limpador de pára-brisa, para poder trafegar com a viatura. 

Na Capital, flagrantes, casos de homicídios, estupro, ocorrências que envolvam crianças ou adolescentes e de lesões graves ou gravíssimas estão sendo atendidas na área judiciária do Palácio da Polícia. No Interior as ocorrências estão sendo registradas em um único ponto de cada município.

Conforme a presidente do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia do Rio Grande do Sul (Ugeirm), Adélia Porto, as pessoas que buscam atendimento nas delegacias estão sendo informadas de que a categoria está parando. Piquetes foram montados em frente ao Palácio da Polícia e setor de transportes da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), e o comando de greve estima que 70% dos servidores da segurança paralisaram suas atividades.

A categoria reinvindica reajuste salarial de 28% e diz que não recebe correção da inflação há mais de nove anos. No final da tarde os grevistas devem se reunir para avaliar o primeiro dia de paralisação e discutir a realização de manifestações a partir de quarta, dia 24. 

Com informações da Rádio Gaúcha.

 
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