| 25/03/2004 12h26min
O vice-líder do governo Beto Albuquerque (PSB) fez críticas ao estilo de trabalho do líder do governo na Câmara, Miro Teixeira (sem partido), em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta quinta, dia 25. O parlamentar atribui a falta de diálogo entre as lideranças à ausência de encontros promovidos por Miro na Câmara. O ex-ministro das Comunicações pediu nessa quarta, dia 24, para deixar a liderança de governo.
– Se pensava nisso (em sair) não deveria ter sequer assumido dois meses antes, uma alteração como essa é sempre prejudicial – mencionou em relação à decisão de Teixeira.
Também nesta quarta, dia 24, uma reunião que se estendeu até as 2h tentou contornar a crise provocada pela recusa dos aliados em votarem a medida provisória que regulamenta os bingos. Integrantes de PTB, PP, PL e setores do PMDB exigiram cargos e verbas para aprová-la. Dirigiram-se à casa do presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT), todos os líderes da base e os ministros chefe da Casa Civil, José Dirceu, da Fazenda, Antonio Palocci, da Coordenação Política, Aldo Rebelo, da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, e das Comunicações, Eunício Oliveira.
– Essa reunião na verdade retirou a letargia que todos nós verificávamos pela ausência de encontros regulares da base do governo – disse Beto Albuquerque.
O deputado avaliou positivamente as discussões feitas durante a reunião e relatou que os palamentares puderam expor as críticas ao governo. Sobre a sua indicação para substituir Teixeira, o vice-líder foi cauteloso e afirmou que esta será uma escolha pessoal do presidente. O novo nome deverá ser divulgado na próxima terça.
O parlamentar gaúcho também demostrou preocupação em relação ao episódio envolvendo o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e o ministro do Planejamento, Guido Mantega. Apesar de admitir que Rodrigues tem o direito de fazer os seus desabafos, afirmou que os parlamentares e ministros precisam ter sintonia e jogar na mesma direção.
– Se a própria base aliada está se mostrando insatifeita, não se cala também a oposição – completou.
Em entrevista nesta quinta, o senador Jorge Bornhausen (PFL) divulgou um encontro entre José Serra (PSDB), Leonel Brizola (PDT) e Jefferson Peres e Paulinho da Força Sindical para discutir ética e o tema emprego. Eles se reúnem em Brasília para lançar um movimento de oposição ao governo Lula.
O presidente do PFL ressaltou que quem criou a crise foi o próprio governo. Ele elencou que primeiro foi a questão envolvendo Waldomiro Diniz, depois, uma crise de autoridade. O senador fez duras críticas à atuação do governo na greve do Porto de Paranaguá. Bornhausen declarou que o governo não mostrou reação diante desse problema, que acarretou prejuízo para a exportação.
– Eu acho que o governo não tem nem equipe, nem banco de reservas para substituir a equipe – disse.
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