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Paquistão reforça ofensiva contra Al-Qaeda

Mais de 100 pessoas já morreram no conflito

O Paquistão está enviando mais soldados para reforçar a violenta campanha contra a rede Al-Qaeda na fronteira com o Afeganistão, apesar do apelo de militantes para que o governo seja derrubado. Autoridades disseram estar verificando a autenticidade de uma desafiadora gravação de áudio, inicialmente atribuída a Ayman Al Zawahri, braço-direito de Osama bin Laden. Nessa fita, a voz pede aos paquistaneses que derrubem o presidente Pervez Musharraf.

Quase cem pessoas já foram mortas desde a semana passada, quando forças paramilitares que caçam os militantes da Al-Qaeda e os seus aliados tribais paquistaneses foram recebidos com uma chuva de balas quando se aproximavam de uma casa suspeita, na inóspita região do Waziristão do Sul.

A batalha, que envolve 5 mil soldados, é a maior já travada pelo Paquistão nessa área tribal semi-autônoma. O conflito foi deflagrado depois de Musharraf ter escapado por pouco de dois atentados, em dezembro, atribuídos a militantes islâmicos.

– Esta operação vai continuar, custe o que custar. O Exército está enviando reforços – disse o xeque Rasheed Ahmed, ministro da Informação do Paquistão.

Há poucos dias, o Paquistão imaginava que a ferocidade da resistência nesta batalha indicava a presença de um "alvo de alto valor", talvez o próprio Zawahri.

– Conclamo os muçulmanos do Paquistão a se livrarem do seu governo, que está trabalhando para os norte-americanos – disse a voz atribuída a Zawahri, na fita que foi transmitida pela emissora árabe Al Jazeera.

A gravação pode dar mais combustível para as manifestações nacionais convocadas para sexta por seis partidos de uma aliança islâmica, que acusam Musharraf de se submeter aos EUA. Políticos de oposição dizem que a ofensiva contra a Al-Qaeda só está sendo realizada por pressão dos norte-americanos, cujas tropas atualmente também caçam militantes no outro lado da fronteira, no Afeganistão. Parlamentares temem que a situação inflame os ânimos das populações tribais, o que desestabilizaria o país.

Falando a líderes tribais em Peshawar (noroeste), na véspera da batalha, Musharraf disse que alguns militantes responsáveis por ataques, inclusive pelos atentados contra ele mesmo, estavam escondidos em territórios tribais. O Exército disse ter cercado centenas de rebeldes, inclusive chechenos e usbeques. Os ataques foram suspensos durante três dias, enquanto decanos das tribos tentam negociar a rendição dos rebeldes e a libertação de 14 soldados capturados.

As informações são da agência Reuters.

 
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