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As tropas lideradas pela Espanha e a polícia do Iraque lutaram durante três horas contra militantes xiitas perto da cidade de Najaf, em um confronto que deixou 20 iraquianos e quatro soldados salvadorenhos mortos neste domingo, dia 4, disseram testemunhas e autoridades médicas.
Em Bagdá, os confrontos entre os soldados norte-americanos e os xiitas mataram pelo menos um iraquiano e feriram vários. No início da noite, a batalha continuava no distrito de Sadr City. Os moradores colocaram fogo em veículos militares e se esconderam atrás de muros para atirar foguetes.
O tiroteio em Kufa, cidade próxima a Najaf, começou depois que militantes marcharam em direção à base militar administrada pela Espanha para protestar contra a prisão de um importante assessor de um clérigo xiita radical e contra o fechamento de um jornal militantes, em Bagdá, na semana passada.
Em um comunicado de Madri, o Ministério da Defesa da Espanha disse que quatro soldados de El Salvador, que faz parte das tropas espanholas, foram mortos na luta e outros nove ficaram feridos. O diretor geral de saúde de Najaf, Falah al-Numha, disse que 20 iraquianos morreram e pelo menos 200 ficaram feridos nos confrontos. Ele disse que pelo menos dois policiais iraquianos estavam entre os mortos.
É provável que a violência carregue ainda mais o ambiente na Espanha, onde 191 pessoas foram mortas no mês passado por atentados atribuídos pelos investigadores a islamistas. Os socialistas, recém-eleitos, prometem retirar os 1,3 mil soldados espanhóis do Iraque se a Organização das Nações Unidas (ONU) não tiver um papel mais importante no país árabe até 30 de junho.
Um porta-voz do Exército espanhol no Iraque disse à rádio espanhola que os militantes abriram fogo primeiro, atacando a base com tiros de ao menos três posições. Soldados da coalizão então revidaram com disparos, segundo ele. Testemunhas disseram que os manifestantes, muitos deles armados, atiraram pedras contra um veículo militar que chegava à base e, logo depois, soldados liderados pelos espanhóis e a polícia iraquiana abriram fogo contra a multidão de várias direções.
Integrantes do Exército Mehdi, uma milícia banida leal ao clérigo radical anti-americano Moqtada al-Sadr, revidaram os tiros contra a base fortemente protegida. A luta durou cerca de três horas. Um correspondente da agência Reuters disse que a maior parte dos mortos que ele viu usava uniformes negros do Exército Mehdi. Sadr, de 30 anos, pediu aos manifestantes que suspendessem o protesto, classificando-os de fúteis. Ele afirmou que iniciaria um protesto sentado na mesquita de Kufa e não desistira até que suas demandas fossem satisfeitas.
– Aterrorizem seu inimigo, Deus vai recompensá-lo bem pelo que o satisfaz. Não se pode ficar em silêncio diante do abuso – disse em um comunicado.
Na cidade de Kirkuk, ao norte, um carro-bomba com um suicida matou dois soldados norte-americanos e feriu cinco iraquianos em um outro protesto a favor de Sadr. Também houve protestos na cidade de Basra e Nassiriya, no sul do país. Os partidários de Sadr se manifestaram na semana passada contra o fechamento do jornal al-Hawza, que servia de porta-voz de Sadr, acusado pelos Estados Unidos de incitar a violência contra suas tropas.
Eles também protestaram contra a prisão de Mustapha Yacoubi pelas tropas de ocupação. Os soldados espanhóis negaram que tivessem prendido Yacoubi. Mais tarde, um oficial da coalizão norte-americana disse que eles tinham detido o assessor de Sadr em conexão com o assassinato do clérigo xiita Abdul Majid al-Khoei no ano passado.
As informações são da agência Reuters.
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