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O clérigo radical xiita Moqtada Al Sadr rejeitou nesta segunda, dia 5, um apelo dos poderosos aiatolás do país para que renuncie à violência, de acordo com um assessor de um importante líder religioso.
O assessor Mohammad Bahr Al Uloum, membro do Conselho de Governo nomeado pelos Estados Unidos (EUA), disse que o aiatolá Ali Al Sistani, considerado o principal líder religioso iraquiano e rival de Sadr, apoiou o pedido. Sistani já fez declarações no passado pedindo aos iraquianos que respeitem as instituições e a ordem pública. Ele não comentou diretamente a violência protagonizada pelos seguidores de Sadr, mas deve se manifestar a respeito nos próximos dias.
– A Hawza (seminário islâmico) foi unânime. Pedimos a Moqtada que pare de recorrer à violência, de ocupar prédios públicos e de fazer outras ações que o tornam um fora-da-lei. Ele insiste em ficar na rota que pode destruir a nação – disse Al Uloum.
Segundo ele, Sadr se recusou a receber uma delegação de líderes tribais e islâmicos na principal mesquita de Kufa, perto da cidade sagrada de Najaf, onde ele está instalado com seguidores armados.
– A delegação se reuniu com assessores de Moqtada, que não expressaram interesse em recorrer à sabedoria e à paciência – afirmou o assessor.
Uma fonte religiosa xiita disse que Sadr se deslocou de Kufa para a mesquita do Imã Ali, em Najaf, lugar mais sagrado dos xiitas no Iraque. Essa fonte disse que seguidores armados dele patrulham as ruas próximas. As autoridades norte-americanas anunciaram nesta segunda a intenção de prender Sadr por sua vinculação com a morte de um religioso xiita, há um ano. Sadr nega participação no crime. Hamid Al Bayati, porta-voz do Supremo Conselho Xiita para a Revolução Islâmica no Iraque, criticou a ordem de prisão contra Sadr.
– O incidente aconteceu há um ano, e não acho que qualquer iraquiano acredite que sua ordem de prisão aconteça no momento adequado. É um momento muito ruim, mesmo que a base seja correta. Não sei por que decidiram agir agora. Isso acontece depois do fechamento de um jornal que não tem nada a ver com a ordem de prisão. Então deve haver outras coisas por trás de todos esses confrontos – disse ele à CNN.
No domingo, combates entre a milícia de Sadr e tropas dos EUA em Bagdá e perto de Najaf mataram 48 iraquianos, oito militares norte-americanos e um salvadorenho. Ao longo da última semana, Sadr vem comandando violentos protestos antiamericanos. Seus seguidores prometem resistir a sua eventual prisão.
Ao contrário do "establishment" xiita, Sadr contesta a ocupação norte-americana e pede a retirada das tropas. Sua ideologia islâmica e nacionalista tem especial apelo junto a jovens xiitas pobres, que cresceram sob o embargo econômico internacional e a repressão sunita do regime de Saddam Hussein. Com informações da agência Reuters.
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