O presidente Fernando Henrique Cardoso anunciou que as multas anunciadas para quem não cumprir as metas de redução do consumo de energia elétrica serão substituídas por incentivos de redução de preços para quem fizer economia de energia. O presidente disse ter instruído o ministro de Minas e Energia, José Jorge, a transmitir essa diretriz aos membros do Conselho Nacional de Política Energética, que se reunirá nesta terça-feira para decidir medidas sobre redução do consumo de energia elétrica. Ainda nesta segunda, o ministro afirmara no Rio que o governo pretendia devolver aos consumidores os recursos arrecadados com a sobretaxa cobrada de quem consumisse energia elétrica acima da cota que seria fixada. O governo já tinha desenhada uma alternativa para o caso de o plano de reduzir o consumo de energia elétrica com aumento de tarifas não dar certo: os cortes, que poderiam deixar os consumidores brasileiros até quatro horas por dia no escuro. Segundo os planos iniciais, que podem ou não ser confirmados, esses cortes começariam em agosto, dois meses após a adoção do sistema de cotas, antes previsto para começar em junho. Essas medidas integravam as propostas a serem levadas ao Comitê Nacional de Política Energética (CNPE), que se reunirá nesta terça para definir como será obtida a redução do consumo de energia em 20%. Pelo plano, os primeiros atingidos pelos cortes seriam os prédios públicos, o comércio, as residências e as áreas públicas. A indústria seria o setor mais poupado. O racionamento atingiria as regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, onde o nível dos reservatórios que abastecem as usinas hidrelétricas está em aproximadamente 30% de sua capacidade, quando precisariam estar em pelo menos 49% para não haver falta de energia. O racionamento deve durar até novembro, quando acaba o período de secas e as chuvas recomeçam.