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 | 08/05/2001 07h26min

Governo revê tática em relação à CPI da Corrupção

O governo concluiu que é muito difícil evitar a criação da CPI da Corrupção no Senado e vai concentrar esforços para forçar a retirada de assinaturas ao requerimento da comissão na Câmara dos Deputados. A estratégia foi traçada nessa segunda-feira pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, depois que o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) anunciou que assinaria o requerimento. À tarde, foi a vez do senador Osmar Dias (PSDB-PR), irmão de Álvaro, manifestar apoio à iniciativa. O suposto envolvimento do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, no mau uso de verba da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) deu novo fôlego ao esforço dos partidos de oposição para instalar a CPI. Ao final do dia, o requerimento já contava com o apoio de 190 deputados e 29 senadores. O mínimo de assinaturas para instalação de uma comissão mista é de 171 na Câmara e 27 no Senado. Os partidos de oposição preparam um grande ato nesta quarta-feira para formalizar o pedido de abertura da CPI. A mobilização inclui até sindicalistas, que estarão no desembarque do Aeroporto de Brasília entregando flores aos parlamentares. A idéia é sensibilizar os indecisos e estimular os que tenham apoiado a comissão. Segundo a senadora Heloísa Helena (PT-AL), as investigações deverão centrar-se nos casos da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e da Sudene, cujas denúncias não param de crescer. A comissão será formada por 22 parlamentares – 11 senadores e 11 deputados – cuja maioria é governista. Conforme o regimento, PMDB e PSDB deverão controlar os dois principais postos: presidente e relator da comissão.

 
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