| 08/04/2004 07h11min
Um tumulto ocorrido em frente ao Palácio Piratini na noite desta quarta, dia 6, ameaça tornar mais difícil o diálogo entre governo do Estado e os professores em greve. Duas professoras e um PM ficaram feridos no confronto, ocorrido depois do fracasso de nova tentativa de negociação.
Em uma reunião, à tarde, não houve acordo para pôr fim à greve. À noite, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Cpers/Sindicato) organizou uma passeata com centenas de professores no centro de Porto Alegre. A caminhada seria encerrada em frente ao Palácio Piratini.
Com velas e cruzes de madeira, os manifestantes subiram as escadarias da Catedral Metropolitana sem encontrar resistência da Brigada Militar, que montara um cordão de isolamento na Rua Duque de Caxias. O tumulto começou quando professores tentaram chegar à fachada do Piratini para depositar as cruzes.
Os PMs impediram a marcha e houve uma seqüência de empurrões. Para dispersar os professores, brigadianos usaram cacetetes e gás lacrimogêneo. Na confusão, Neiva Lazarotto, segunda vice-presidente do Cpers/Sindicato, teve um dedo quebrado, e uma professora de Pelotas levou uma pancada na cabeça.
A atitude da BM causou revolta entre os manifestantes, que avançaram para o cordão de isolamento. O soldado Amauri Froza da Luz sofreu arranhões no rosto e no pescoço, e teve a farda rasgada.
Froza foi medicado no Hospital de Pronto Socorro e liberado. O Cpers/Sindicato informou que registrará ocorrência policial contra a BM em razão dos ferimentos nas duas professoras.
O comandante do 9º BPM, tenente-coronel Léo Cunha, negou que a reação dos PMs tenha sido exagerada. Segundo ele, era preciso evitar que os professores bloqueassem o trânsito na Rua Duque de Caxias e que houvesse danos no Palácio Piratini. Cunha disse que apurará casos de agressões contra os professores se houver denúncia formal contra algum dos PMs envolvidos e houver possibilidade de identificação.
Haverá nova manifestação do Cpers no dia 15. Segundo a presidente do sindicato, Juçara Vieira Dutra, o episódio de ontem motivará os grevistas. Foi o primeiro confronto entre professores e PMs desde o governo Antônio Britto.
Com informações de Zero Hora.
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