O racionamento de energia elétrica começa em 1º de junho e se estenderá pelo menos até 30 de novembro, quando o governo espera que os reservatórios de água das hidrelétricas tenham recuperado seu nível normal. A forma como será adotado o racionamento, porém, só será divulgado no próximo dia 23, data da nova reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). As informações foram dadas nesta terça-feira, em entrevista, pelo ministro de Minas e Energia, José Jorge, ao final da reunião do conselho, na qual, segundo ele, os demais ministros participantes solicitaram prazo maior para analisar as medidas em estudo. A situação, segundo Jorge, é "extremamente grave" e torna os cortes de energia necessários. Além dos cortes, está sendo discutida a concessão de bônus para quem economizar eletricidade, com recursos do Tesouro Nacional. O bônus seria um abatimento no valor das contas de luz. O adiamento da definição se tornou necessário depois que o presidente Fernando Henrique Cardoso anunciou, ao final da segunda-feira, que o governo não aplicaria multas aos usuários do sistema de energia elétrica por consumo acima das cotas que seriam fixadas pelo governo. Ante a forte reação contrária ao anúncio das multas que, segundo fontes do Ministério de Minas e Energia, poderiam chegar a 45 vezes o valor do consumo excedente, FH disse que esse sistema punitivo não seria aplicado. Ao contrário, os consumidores que pouparem energia serão beneficiados com bônus, afirmou. Órgãos de defesa do consumidor ameaçaram entrar com ações na Justiça contra a medida e no Senado houve reações desfavoráveis. Apesar das indefinições que persistem, o secretário de Energia do Ministério de Minas e Energia, Afonso Henriques Moreira Santos, disse ontem que os cortes de energia devem ser de 15% para grandes indústrias e de 20% a 22% para os setores residencial e comercial.