| 09/05/2001 22h56min
O presidente Fernando Henrique Cardoso assumiu nesta quarta-feira o comando da mobilização aliada contra a instalação de uma CPI mista no Congresso para investigar denúncias de corrupção no governo. Em reunião pela manhã no Palácio da Alvorada com 12 ministros, o presidente usou expressões fortes, como "guerra política", para conclamar os colaboradores a barrar a CPI. O chamado de FH foi atendido de imediato. O ministro do Trabalho, Francisco Dornelles, anunciou que deixa o cargo e reassume a cadeira na Câmara dos Deputados, provocando o afastamento de Alcione Athayde (PPB-RJ), suplente que havia assinado o requerimento. Os deputados Osvaldo Biolchi (PMDB), que já havia recuado do apoio à CPI, e Luciano Bivar (PSL-PE), também tiveram seus nomes excluídos. O governo estuda ainda a volta ao Congresso de ocupantes de cargos federais de segundo escalão. De quebra, dois ministros – Carlos Melles (Esporte e Turismo) e Sarney Filho (Meio Ambiente) – dedicaram a tarde ao corpo-a-corpo com a base aliada no Congresso. O esforço do governo preocupou a oposição. À tarde, num ato político que reuniu sindicalistas, representantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ativistas do movimento gay, a oposição protocolou o pedido de criação da comissão junto à Mesa Diretora do Congresso. O documento tinha 212 assinaturas – 183 deputados e 29 senadores. A oposição afirma contar com uma reserva técnica de assinaturas para neutralizar a ofensiva do governo.
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