O primeiro trimestre deste ano foi favorável às vendas da indústria nacional, com crescimento de 13,81% em relação a igual período de 2000. Porém, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê que esse desempenho não será mantido até o final de 2001. O quadro pessimista é traçado pelos possíveis reflexos que os cortes de energia terão na produção, além das conseqüências da elevação dos juros pelo Banco Central (BC) e a instabilidade econômica advinda da crise argentina. O economista Flávio Castelo Branco, da Unidade de Política Econômica da CNI, afirma que a entidade deve rever as previsões feitas no final do ano passado de que o setor industrial cresceria 6% em 2001. No entanto, ele não acredita que vá ocorrer retração, mas sim um crescimento menor do que o previsto. Ele também concordacom as análises que apontam crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) menor do que os 4,5% estimados pelo governo para este ano. Com esse quadro fica difícil repetir o desempenho das vendas industriais, que em março apresentaram crescimento dessazonalizado (que desconta os efeitos típicos de uma época do ano) de 4,19% em relação a fevereiro, o melhor índice da série histórica da CNI, iniciada em 1992.