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Os governantes europeus se mostraram indignados com a suposta trégua no continente, prometida pelo líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden em uma gravação divulgada nesta quinta, dia 15. Para que a região seja poupada pela organização terrorista, a voz na fita impôs como condição a retirada das forças militares dos países muçulmanos e prometeu continuar a luta contra os Estados Unidos e Israel.
Segundo membros das forças de segurança da Europa, a gravação parece autêntica. De acordo com as declarações do suposto Bin Laden, os atentados de 11 de março em Madri, nos quais morreram 191 pessoas, eram uma retaliação à postura do país europeu em relação ao Iraque, ao Afeganistão e aos palestinos.
– Ofereço uma trégua a eles (à Europa) com o comprometimento de encerrar as operações contra qualquer Estado que prometa parar de atacar os muçulmanos ou de interferir em seus assuntos – afirmou a fita divulgada pelos canais Al Arabiya, com sede nos Emirados Árabes Unidos, e Al-Jazeera, com sede no Catar.
– A trégua começa a vigorar a partir da retirada do último soldado de nossas terras e a porta ficará aberta por três meses a partir do dia do anúncio desse comunicado – afirmou.
– Quem quer que rejeite a trégua e que deseje a guerra, nós somos os filhos dela (da guerra), e quem quer que deseje a paz, nós a oferecemos aqui – ameaçou.
Vários países europeus rejeitaram a suposta oferta de trégua. O primeiro-ministro da Grã-Bretanaha, Tony Blair, afirmou que não "negocia com a Al-Qaeda" e que um "armistício (com terroristas) é absurdo".
– Seus ataques vão contra a idéia de coexistência e o conflito é sua razão de ser. A resposta correta é continuar enfrentando o terrorismo e não se render a suas exigências – disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores britânico.
– A idéia de um armistício com um grupo que se define pela violência é um absurdo. Trata-se de uma trégua cínica para dividir a Europa e os EUA – disse o porta-voz, acrescentando, no entanto, que Londres leva a sério a fita.
Segundo a chancelaria, nem a Grã-Bretanha nem seus parceiros europeus serão intimidados a cessar suas medidas contra o terrorismo ou a romper a aliança com os EUA.
O ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, disse ser "completamente impensável'' dar início a negociações com o líder da Al Qaeda. Romano Prodi, presidente da Comissão Européia (órgão executivo da União Européia, UE), afirmou que não haveria negociações diante de uma ``ameaça terrorista''.
A Alemanha declarou que não negociaria com "criminosos" como Bin Laden. Na Espanha, o futuro ministro das Relações Exteriores, Miguel Angel Moratinos, foi categórico ao comentar a suposta mensagem da Al-Qaeda, na qual Bin Laden reivindica a autoria dos atentados em Madri.
As informações são da Agência Reuters.
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