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Kerry diz que vai encerrar namorico dos EUA com Arábia Saudita

Candidato expressou seu apoio inabalável à estreita ligação entre os EUA e Israel

O virtual candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, John Kerry, expressou nesta segunda, dia 19, seu apoio inabalável à estreita ligação entre os EUA e Israel e prometeu encerrar o "namorico" com países árabes como a Arábia Saudita.

Cortejando o voto judaico na Flórida, Estado que decidiu as eleições de 2000, Kerry citou um "acordo secreto da Casa Branca" que teria sido feito pelo presidente George W. Bush com os sauditas, em que eles prometiam gasolina a preço mais baixo, mas apenas depois da eleição presidencial, em novembro de 2004.

Além do suposto acordo, o jornalista Bob Woodward, autor do recém-lançado livro Plan of Attack (Plano de Ataque), disse no programa 60 Minutes, da CBS, que Bush deu à assessora nacional de segurança, Condoleezza Rice, ao vice-presidente, Dick Cheney, e ao secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, permissão para comunicar a Arábia Saudita de que invadiria o Iraque antes mesmo de falar com o secretário de Estado Colin Powell.

– Se isso soa errado para vocês, é porque é fundamentalmente errado e, se o que Bob Woodward está dizendo é verdade – que o suprimento de gasolina e os preços estão ligados à eleição norte-americana, ligados a um acordo da Casa Branca –, isso é vergonhoso e inaceitável – disse Kerry em Lake Worth.

Kerry ressaltou seu histórico pró-Israel em duas décadas como senador por Massachusetts.

– Tenho um histórico de 100% – não 99%, 100% – de apoio à ligação e amizade especial que temos com Israel – disse ele.

O democrata é católico, mas seu avô paterno era judeu. Ele se apresentou ao lado do senador Joseph Lieberman, de Connecticut, judeu, que concorreu à vice-presidência em 2000. Kerry garantiu que manterá esses laços se for eleito em 2 de novembro, e disse que encerraria "esse namorico com um bando de países árabes que ainda permitem que o dinheiro vá para o Hamas, o Hizbollah e a Brigada Al Aqsa".

Kerry não mencionou o nome de nenhum país, mas seu porta-voz David Wade disse que ele se referia à Arábia Saudita. Para Kerry, os EUA precisam de um presidente "preparado para se impor e liderar o mundo, para criar uma entidade que permita a paz com o Oriente Médio".

Kerry vem questionando as relações de Bush com a Arábia Saudita, principalmente no que diz respeito à energia. Bush atuava na área de petróleo no Texas e Cheney chefiou a Halliburton, grande empresa fabricante de derivados de petróleo e a principal fornecedora de logística para os militares norte-americanos no Iraque.

O governo saudita diz que está reprimindo o financiamento terrorista e que Riad é aliada total dos EUA na guerra contra o terrorismo. Apesar das críticas a Bush, Kerry apoiou a decisão do presidente de dar sinal verde ao plano israelense de desocupar unilateralmente a Faixa de Gaza.

Com informações da agência Reuters.


 
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