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O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), defendeu nesta terça, dia 20, mais ousadia ao governo, que precisa indicar caminhos para a retomada do crescimento. Ele ressaltou, no entanto, que os governadores pretendem continuar contribuindo para a governabilidade do país.
– A contribuição correta é criticar quando é devido mas, sobretudo, ter solidariedade com o governo quando está em risco a governabilidade. O fracasso do governo federal significa o fracasso dos Estados e do país. Não contem comigo para criar um clima de ingovernabilidade – disse Aécio após audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros Antônio Palocci (Fazenda) e Aldo Rebelo (Coordenação Política) no Palácio do Planalto.
O governador de Minas amenizou críticas feitas no dia anterior de que todos aqueles que "gritam" neste governo recebem algo em troca.
– O governo sabe o limite das concessões que está dando. Sou oposição, mas uma oposição que pensa no país – afirmou.
Ao defender mais ousadia, negou que esteja insatisfeito com a atuação do ministro Palocci.
– Sou defensor do ministro Palocci. É ele quem vai conduzir o país à retomada do crescimento – atestou.
Aécio confirmou que os governadores tucanos estão convidando todos os demais governadores do país para uma reunião em Brasília na próxima segunda. Segundo ele, o objetivo do encontro é ajudar o governo, formulando propostas para alavancar o crescimento econômico, e não simplesmente criticar o governo. A questão da segurança pública também deve ser discutida. Lula teria sido convidado, mas não deve comparecer por problemas de agenda.
– Não é uma reunião contra o governo, porque não é esse o objetivo. A reunião do dia 26 vai desmistificar uma certa dúvida que pairava sobre Brasília que essa seria uma reunião de insurreição (por parte dos governadores) – disse.
Segundo Aécio, todos os governadores têm o dever de apresentar sugestões e caminhos para que o país volte a crescer.
– A reunião tem que se centrar em preocupações como as invasões de terras e questões ligadas ao crescimento. Será uma reunião de contribuição – garantiu o governador.
Para Aécio, é evidente que o governo passa por um momento de tensão e que está "incapacitado de dar respostas rápidas" aos problemas como, por exemplo, o do desemprego. Quanto aos movimentos sociais, o governador defendeu o direito dos manifestantes.
– As manifestações devem existir, o que fragiliza o governo é a ausência de propostas que levem ao crescimento – disse Aécio.
Nesse contexto, ele avaliou que o governo deve buscar um número de consenso para o reajuste do salário mínimo, hoje em R$ 240, sem falar em valores. Mas não perdeu a oportunidade para lembrar que os argumentos usados hoje pelo Executivo contra um reajuste maior são os mesmos que foram usados pelo governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, duramente criticados pelo PT, que estava na oposição na época.
Aécio veio à Brasília nesta terça pedir apoio do governo federal para dois empréstimos que o Estado quer contrair com o Banco Mundial (Bird), no valor de US$ 135 milhões, e com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), de US$ 120 milhões.
As informações são da agência Reuters.
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