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Excesso de eventos e problemas de infra-estrutura prejudicam Agrishow

Resultados em Ribeirão Preto decepcionaram organizadores e expositores

A Agrishow 2004, realizada em Ribeirão Preto (SP), está sendo mais do que palco de difusão de tecnologia e praça de negócios com máquinas agrícolas. A mostra – que se encerra neste sábado e recebeu nesta sexta-feira, dia 30, a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – transformou-se em centro de debates acalorados entre organizadores, expositores e produtores. A proliferação e a proximidade de feiras similares espalhadas por várias regiões do país colocam em xeque aquela que é considerada a maior exposição agrícola da América Latina.

Enfrentando problemas de infra-estrutura por causa de sua grandeza – 600 expositores espalhados por mais de 200 mil metros quadrados –, a 11ª edição da Agrishow poderá fechar os portões contabilizando um faturamento de R$ 1 bilhão, uma redução de 16,6% na comparação com os números apresentados no ano passado (R$ 1,2 bilhão). Seria o pior resultado em cinco anos – igual ao de 2000.

Nos corredores do complexo, dirigentes de pequenas, médias e grandes indústrias não escondem o descontentamento com a realização de pelo menos cinco grandes mostras no intervalo de apenas três meses - Show Rural Coopavel (Cascavel-PR), Expodireto (Não-Me-Toque), Agrishow Comigo (Rio Verde-GO), Agrishow Cerrado (Rondonópolis-MT) e Agrishow Ribeirão Preto. As três últimas - concorrência criada a si mesma pela Agrishow - ocorrem entre 30 de março e 1º de maio, deixando sobrecarregadas as equipes das indústrias de máquinas. 

– É uma loucura. Estávamos na metade da Agrishow Cerrado e tivemos de deslocar pessoal para começar a organizar a feira de Ribeirão Preto. Mantivemos o faturamento juntando as três feiras porque os clientes são os mesmos. Mas aumentamos os custos em 60% – diz o diretor de marketing de AGCO, Werner Santos, defendendo o intervalo de pelo menos um mês entre uma feira e outra.

Para o presidente do Sistema Agrishow, Sérgio Magalhães, o sucesso das outras feiras pode ser um indicativo do menor resultado em Ribeirão Preto. O evento de Rondonópolis, por exemplo, faturou R$ 1,3 bilhão. A organização da Agrishow Ribeirão Preto chegou a divulgar expectativa de crescimento de 10%, mas o resultado dos primeiros dias provocou o recuo. Compradores do Centro-Oeste, que costumavam sair de Ribeirão Preto com frotas de 10 colheitadeiras ou tratores, não compareceram neste ano. Compraram em Rio Verde e Rondonópolis. 

– Não havia alternativa. Ou assumíamos Rondonópolis ou outro grupo o faria. Temos de aprimorar Ribeirão Preto, porque nunca tivemos queda nas vendas de um ano para o outro – diz Magalhães. 

As informações são do jornal Zero Hora.

 
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