| 30/04/2004 17h28min
O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, disse nesta sexta, dia 30, que "boa parte" da preocupação com o eventual aumento dos juros nos Estados Unidos já foi precificada pelo mercado brasileiro. Levy acredita que as atuais turbulências diante dos próximos movimentos do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, não devem continuar.
– É um pouco de como a gente estava antes da guerra no Iraque. Boa parte (dos temores) já está precificada. É provável que depois que se realize (um aumento de juro nos EUA), o mercado fique menos tenso – sustentou Levy após participar de seminário em São Paulo.
O secretário do Tesouro acrescentou que é objetivo do próprio Fed preparar os mercados para uma alteração em sua poliítica monetária, mas admitiu que a ansiedade em relação a esse movimento é grande.
– Para a gente (essa expectativa) mostra que nossa agenda legislativa é ainda mais importante. Quando a gente vê o mundo um pouquinho mais agitado lá fora, o caminho é avançar na agenda interna – disse o secretário, lembrando, por exemplo, da tramitação da Lei de Falências.
Levy comentou ainda que os recentes rebaixamentos da avaliação do Brasil por bancos não alteram os fundamentos da economia brasileira, nem os planos de captação externa do país.
– A gente tem plano para captar até o final do ano e o que falta é relativamente pequeno, pode ser feito em uma ou duas captações – disse Levy, lembrando da intenção do governo de levantar mais US$ 2,5 bilhões no mercado internacional em 2004.
Nas últimas semanas, alguns bancos e consultorias cortaram a recomendação do Brasil, citando o cenário externo menos favorável e preocupações com a situação fiscal do país. Levy comentou que o governo tem dado excessivas mostras de austeridade e estimou que o país deve fechar abril com resultado fiscal tranqüilo.
– O pessoal, como de alguns bancos que rebaixaram o Brasil, estavam preocupados com o resultado fiscal e daí, alguns dias depois, veio o número bastante favorável. Acho que em abril a gente também vai ter resultado tranqüilo, dentro da trajetória esperada – acrescentou o secretário sem informar números.
O Brasil superou a meta de superávit primário firmada com o Fundo Monetário Internacional para o primeiro trimestre em R$ 6 bilhões.
As informações são da agência Reuters.
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