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Relatório aponta abusos sádicos contra iraquianos

Prisioneiros iraquianos enfrentaram numerosos "abusos criminais sádicos, gratuitos e ostensivos" por parte dos soldados norte-americanos, incluindo sodomia e espancamentos, de acordo com um relatório do Exército dos Estados Unidos citado pela revista New Yorker.

A New Yorker disse ter obtido uma cópia do relatório interno de 53 páginas sobre supostos abusos na famosa prisão Abu Ghraib, perto de Bagdá. Em um artigo publicado em seu site no sábado, a revista informou que o relatório foi autorizado pelo tenente-general Ricardo Sanchez, o principal oficial dos EUA no Iraque, e ficou pronto em fevereiro.

A edição de 10 de maio da revista chega às bancas na segunda-feira. O relatório do Exército citou abusos como "quebrar lanternas fosforescentes e jogar o líquido fosfórico nos detentos;...bater nos prisioneiros com um cabo de vassoura e uma cadeira; ameaçar os presos homens com estupro; permitir que um guarda policial militar desse pontos em um detento ferido após ser jogado contra a parede de sua cela; sodomizar um preso com uma lanterna fosforescente e talvez com um cabo de vassoura".

Escrito pelo general-de-divisão Antonio Taguba, o relatório afirma que as evidências que provam as acusações incluem "depoimentos detalhados de testemunhas e a descoberta de evidência fotográfica extremamente descritiva".

Uma autoridade da defesa dos EUA, que pediu para não ser identificada, disse que não tinha conhecimento do relatório mencionado pela New Yorker, mas afirmou:

– Levamos a sério todos os relatos de abuso de presos. Todas as acusações de maus-tratos são investigadas. Estamos comprometidos a tratar todas as pessoas sob nosso controle com dignidade, respeito e humanidade. O Exército dos EUA agiu imediatamente em todos os casos de suposto abuso.

A notícia do relatório militar aparece dias depois da divulgação de fotos mostrando abusos dos soldados dos EUA contra prisioneiros iraquianos.  As fotos mostraram soldados norte-americanos sorrindo, fazendo poses ou sinal de positivo enquanto prisioneiros iraquianos aparecem nus, empilhados ou simulando atos sexuais uns com os outros.

O presidente dos EUA, George W. Bush, se disse na sexta-feira profundamente aborrecido com o abuso, mas afirmou que apenas "poucas pessoas" deveriam ser responsabilizadas. Ele defendeu a conduta das forças de ocupação norte-americanas, enquanto a Casa Branca tenta controlar a repercussão negativa das fotos no Iraque e no mundo árabe.

Um jornal britânico também publicou fotos mostrando soldados britânicos aparentemente urinado em um prisioneiro de guerra iraquiano algemado. O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, disse no sábado que o abuso dos presos iraquianos é "completa e totalmente inaceitável".

As informações são da agência Reuters.


 
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