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O governo do primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, baterá um recorde de longevidade no cargo nesta quarta, dia 5. O empresário do setor das telecomunicações e presidente do clube de futebol Milan completa 1.060 dias como premiê, o maior período de ocupação da cadeira desde a Segunda Guerra Mundial.
O recorde revela a fragilidade do sistema político italiano do pós-guerra. O país foi administrado por 59 governos diferentes nesses anos. O fato de Berlusconi ter chegado à marca, por outro lado, mostra algo sobre o carismático político, que criou o partido Forza Italia em meio às ruínas de um sistema partidário em crise no início dos anos 1990 depois de vários escândalos de corrupção.
O megaempresário do setor de comunicação apresentou-se então como uma nova força capaz de limpar a política italiana. Eleito em maio de 2001, com a maior votação da história republicana no país, ele tem se esforçado para manter seus aliados da centro-direita coesos, argumentando que a Itália só conseguirá progredir se abraçar a estabilidade política.
Os partidos de esquerda (oposição), carentes de um líder forte, continuam divididos. A oposição usou o marco da quarta-feira para criticar os avanços do governo, mas Berlusconi disse que precisará de muitos anos no poder para concluir seu programa de reformas.
– Vejo-me como líder do governo na próxima legislatura e na outra depois dessa – afirmou o premiê recentemente.
O recorde anterior de longevidade havia sido batido por Bettino Craxi, mais tarde acusado de corrupção. A primeira coalizão liderada por ele ficou no poder de 1983 a 1986. Mas Berlusconi terá pouco tempo para celebrar o recorde, devido aos problemas que cercam seu governo e ao crescente desconforto de seus aliados.
A empresa aérea Alitalia, uma estatal, luta para sobreviver em meio a prejuízos cada vez maiores, a economia do país recusa-se a decolar e uma crise de reféns envolvendo três guarda-costas italianos arrasta-se há três semanas no Iraque.
– Esse governo nos legou crises sociais, econômicas e financeiras – disse Luciano Violante, líder no Parlamento do partido Democratas de Esquerda, o maior da oposição.
Mesmo alguns dos aliados de Berlusconi têm feito comentários cautelosos sobre o recorde a ser batido, afirmando que a coalizão precisará trabalhar muito para conseguir implementar as reformas desejadas.
As informações são da agência Reuters.
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