| 09/05/2004 14h45min
O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, enfrentou neste domingo, dia 9, um pedido de renúncia feito por um importante membro do seu Partido Trabalhista. David Puttnam, líder trabalhista e amigo pessoal de Blair, disse que meses de manchetes negativas sobre o Iraque prejudicariam as perspectivas eleitorais do partido e que o primeiro-ministro deveria abrir espaço para o ministro das finanças, Gordon Brown.
– O primeiro-ministro é sinônimo de Iraque, e o Iraque enviará apenas más notícias. Se eu fosse ele, sairia antes do recesso de verão (parlamentar) – disse Puttnam em entrevista à televisão ITV News.
Uma pesquisa de opinião divulgada neste domingo trouxe mais más notícias para Blair. A pesquisa YouGov publicada pelo jornal Mail afirma que os trabalhistas poderiam obter maioria na próxima eleição somente se Blair abrisse caminho para Brown. A pesquisa também mostrou que o apoio à guerra no Iraque atingiu seu ponto mais baixo após as acusações de abuso de prisioneiros iraquianos por tropas britânicas e norte-americanas.
Quatro entre 10 pessoas acham agora que a Grã-Bretanha agiu certo ao invadir o Iraque, em comparação às seis entre 10 em abril do ano passado.
Puttnam disse que se o Iraque se tornar uma democracia estável nos próximos anos a decisão de Blair de apoiar a guerra liderada pelos Estados Unidos se provará certa. Mas a curto prazo Blair deveria renunciar para impulsionar as perspectivas do partido na próxima eleição, esperadas para 2005.
– Acho que ele pode sair com honra e acho que poderá estar em posição dentro de cinco anos para dizer que não somente fiz a coisa certa, mas paguei um preço muito alto por ter feito isso.
Puttnam, renomado produtor de filmes, disse que Brown seria "inevitavelmente" o homem a assumir o cargo.
– Gordon Brown é exatamente a pessoa que pelo menos poderá pensar em manter o foco na agenda doméstica. E suspeito que poderá vencer confortavelmente se uma eleição geral fosse realizada nos próximos 12 meses.
A pesquisa YouGov mostrou que os trabalhistas venceriam a eleição, mas não conseguiriam maioria com Blair na liderança. Mas, com Brown, teriam maioria de 77 cadeiras.
Se a eleição fosse agora, com Blair no cargo, 40% das pessoas votariam nos conservadores, maior partido de oposição, e 36% nos trabalhistas. Mas se Brown fosse o líder trabalhista os partidos empatariam em 39%, e os trabalhistas não teriam maioria.
A pesquisa ouviu uma amostra de 1.976 eleitores online entre quinta-feira e sábado.
Com informações da agência Reuters.
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