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 | 17/05/2004 17h33min

Morte de chefe do Conselho de Governo do Iraque abala EUA

Izzedin Salim e outras seis pessoas morreram vítimas de atentado com bomba

Um carro-bomba matou o chefe do Conselho de Governo iraquiano nesta segunda, dia 17, um grave e novo revés às forças lideradas pelos Estados Unidos, que combatem um levante xiita e estão no meio de um escândalo envolvendo maus-tratos de prisioneiros, às vésperas da data marcada para a entrega da soberania aos iraquianos.

O ataque a bomba matou Izzedin Salim e mais seis pessoas que faziam parte de um comboio que seguia para a central de comando das autoridades de ocupação, no centro de Bagdá, na chamada "zona verde''. O episódio fez alguns membros do Conselho de Governo pedirem aos Estados Unidos que entreguem totalmente o poder aos iraquianos em 1º de junho, sem manter controle sobre a segurança, como está previsto.

A explosão deixou uma cratera de um metro na rua, destruiu vários carros e atingiu uma fila de pessoas que esperavam para entrar no complexo dos palácios que já pertenceram a Saddam Hussein.

Autoridades norte-americanas afirmaram que o ataque tinha as características de Abu Musab al-Zarqawi, da Al-Qaeda. Um site islâmico reivindicou a autoria do ataque para um grupo iraquiano, o Grupo Árabe de Resistência – Brigadas al-Rashid.

A bomba era semelhante à usada em outro ataque em 6 de maio, reivindicado pelo grupo de al-Zarqawi, de acordo com autoridades norte-americanas. As autoridades também afirmaram que foi encontrada uma pequena quantidade do gás nervoso sarin numa ogiva que explodiu no Iraque há alguns dias, na primeira descoberta de armas não-convencionais no país – cuja suposta existência justificou o início da guerra, há mais de um ano.

Salim, que morreu no ataque de segunda, estava na presidência rotativa do conselho. Ele acabava de voltar da cidade de Arbil, no norte do país, junto com o enviado especial da ONU Lakhdar Brahimi, que está tentando costurar um consenso para formar um governo interino que possa assumir em 1º de julho e conduzir o país a eleições democráticas em janeiro.

Washington diz que os poderes desse governo interino serão limitados e que a segurança continuará nas mãos de comandantes norte-americanos, mas membros do conselho acreditam que o ataque desta segunda é uma prova de que o novo governo deve ter controle total.

– O plano de segurança dos EUA para o Iraque fracassou. Não há alternativa, exceto adotar uma definição de soberania que inclua o controle total sobre as forças de segurança – disse Ahmad Chalabi.

A Casa Branca disse que o ataque não adiaria a entrega da soberania.

– Isso é o que os inimigos da liberdade querem, e eles não vão vencer – disse o porta-voz presidencial Scott McClellan.

Enquanto isso, os EUA tentam se reforçar para enfrentar o levante liderado pelo xiita Moqtada al-Sadr no sul do país, com o deslocamento de 4 mil soldados que estavam da Coréia do Sul.

Com informações da agência Reuters


 
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