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EUA vão examinar suposta arma com sarin encontrada no Iraque

Testes preliminares já indicaram a presença do gás que atua sobre o sistema nervoso

Os Estados Unidos, que invadiram o Iraque sob o pretexto de buscar armas de destruição em massa, disseram nesta segunda, dia 17, que uma cápsula de artilharia já usada será submetida a testes para confirmar os indícios de que continha o gás sarin, que atua sobre o sistema nervoso.

Se a descoberta for confirmada, será a primeira arma química achada no Iraque desde o começo da invasão norte-americana, em março de 2003. O fracasso em encontrar tais armas até agora atraiu duras crítica aos Estados Unidos e aos seus aliados britânicos.

O secretário norte-americano de Defesa, Donald Rumsfeld, e outras autoridades em Washington e Bagdá disseram na segunda que os primeiros exames feitos na cápsula de 155 milímetros de calibre indicaram que ela continha sarin.

– Testes adicionais, mais detalhados, serão feitos fora do Iraque. Mas os testes iniciais no campo mostraram a presença de sarin – disse uma autoridade norte-americana, que pediu anonimato, em Washington.

– Se a pessoa que preparou isso como um explosivo improvisado sabia o que havia lá é algo aberto a questionamentos – acrescentou essa fonte.

A descoberta abre a possibilidade de uma boa e uma má notícia para o governo Bush – a boa seria finalmente provar a existência de armas de destruição em massa no Iraque, e a má é que tais armas podem vir a ser usadas contra as forças de ocupação.

O general Mark Kimmitt disse em entrevista coletiva no Iraque que o projétil foi encontrado por um comboio norte-americano há alguns dias, dentro de um saco. O obus foi explodido, o que provocou a liberação de uma pequena quantidade da substância inicialmente identificada como sarin.

Em entrevista após discurso em Washington, Rumsfeld disse que as conclusões definitivas podem levar alguns dias.

– Vi informações sobre o assunto que você um repórter levantou. O que você citou é, acredito, um teste de campo, que não é perfeito. O que devemos fazer é levar as amostras para algum lugar onde possam ser cuidadosamente testadas antes de chegar a conclusões precisas – disse.

– Temos de ser cuidadosos. Não podemos pegar algo que seja inexato. O que temos de fazer é descobrir o que levou aquilo a estar em um explosivo improvisado, e o que significaria em termos de riscos para nossas tropas, de riscos para outras pessoas, ou qualquer outra implicação. Isso pode levar algum tempo – acrescentou Rumsfeld. 

Em Bagdá, Kimmitt disse que dois militares dos EUA foram tratados por causa da possível exposição ao sarin. Ele afirmou ainda que o projétil pertence a um modelo que o ex-ditador Saddam Hussein dizia ter destruído antes da primeira Guerra do Golfo, em 1991.

Explosivos improvisados são normalmente colocados às margens de rodovias, explodindo à passagem de veículos dos EUA e de seus aliados.

Com informações da agência Reuters


 
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