Tanques, tropas de infantaria e aviões dos Estados Unidos lançaram uma grande ofensiva contra a milícia xiita iraquiana neste domingo, dia 23, matando cerca de 20 pessoas em um ataque contra uma mesquita e bombardeando outras posições perto da cidade sagrada de Najaf.

A batalha mais dura na área em semanas feriu dezenas, incluindo civis, e deu uma resposta definitiva para a tentativa de trégua oferecida pelo clérigo que lidera o Exército Mehdi, Moqtada al-Sadr. Poças de sangue acumularam-se na mesquita Sahla, um dos principais pontos religiosos de Kufa, perto de Najaf, e cartuchos de projéteis ficaram jogados no pátio.

Um tanque destruiu o piso no edifício, onde tropas dos EUA disseram que encontraram armas. Comandantes dos EUA afirmaram que estão tentando evitar inflamar as paixões religiosas, mas que atacarão mesquitas usadas em combates.

Sadr, jovem líder de uma respeitada dinastia clerical, irritou a direção xiita ao usar lugares sagrados na revolta. Alguns líderes xiitas também exigiram precaução dos EUA em locais sagrados.

– Cerca de 20 milicianos Mehdi foram mortos após disparos contra forças da coalizão durante uma ação na mesquita Sahla, em Kufa – disse um porta-voz militar dos EUA. Não há registro de vítimas norte-americanas.

A equipe do principal hospital de Najaf informou que foram levados 14 mortos e 37 feridos para o local, a maioria civis. Cerca de 100 moradores de Kufa reuniram-se para verificar os danos.

– Eu me sinto humilhado –  disse Ali Wasi. – Nossa santidade foi violada. Estes locais de oração são as coisas mais valiosas que temos, para os xiitas. Vou resistir até a última gota de sangue no meu corpo – disse, no pátio da mesquita.

Sadr, líder das forças que iniciaram o levante contra a ocupação no mês passado, refugiou-se entre os locais sagrados de Najaf, mas também tem abrigo em Kuka, onde faz sermões às sextas-feiras.

A ofensiva ocorreu horas após o principal aliado de Sadr em Najaf ter oferecido uma trégua em termos vagos nas duas principais cidades sagradas, Najaf e Kerbala. O porta-voz civil dos EUA, Dan Senor, disse que Sadr precisa primeiro se entregar por acusação de assassinato e dissolver sua milícia.

Kerbala, onde houve conflito pesado na sexta, estava calma e não havia sinais de guerrilheiros nas ruas. Ahmad al-Husseini, porta-voz de Sadr e comandante do Exército Sadr em Kerbala, disse à Reuters que a milícia retirou-se do centro da cidade, mas que continua pronta a lutar em caso de ataque.

As informações são da agência Reuters.