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 | 26/05/2004 08h37min

Ministro diz que Brasil não tem condições de vender urânio para China

Governo anunciou início de negociações sobre o tema nesta terça

O ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, disse nesta quarta, dia 26, que o Brasil ainda não tem condições de fechar um acordo nuclear para a exportação de urânio com a China. Segundo o ministro, durante reunião realizada na terça com o ministério equivalente da China para discutir o programa espacial existente entre os dois países, os chineses voltaram a manifestar interesse em comprar urânio enriquecido, mas o governo esclareceu que o Brasil importa este tipo de urânio e não tem, atualmente, condições de enriquecê-lo.

Os chineses também demonstraram interesse por urânio bruto, mas o Brasil está impedido por lei de vendê-lo pois é considerado produto de defesa nacional.

Campos explicou aos chineses que o Brasil está revisando seu programa nuclear e que, segundo estudos realizados, só terá condições de enriquecer urânio em 2008, que servirá apenas para o abastecimento das usinas de Angra 1 e Angra 2.

Segundo comunicado divulgado um pouco mais cedo, a China também demonstrou interesse em explorar com o Brasil possibilidades de ampliar a cooperação na área de aplicações pacíficas da energia nuclear tais como uso médico, agrícola e na segurança de instalações nucleares.

O ministério informou ainda que uma posição governamental sobre a possibilidade real de um acordo nesta área de cooperação pacífica só será dada pelo Brasil ao governo chinês em agosto, quando novas reuniões entre os ministérios dos dois países devem acontecer no Brasil. Até lá, se o governo quiser rever a posição sobre o urânio bruto terá que aprovar um projeto de lei no Congresso Nacional.

Sobre a informação de que o Brasil participaria da construção de 11 usinas nucleares na China, o Ministério esclareceu que trata-se de uma licitação de que a empresa brasileira Nuclep está participando. A estatal brasileira foi a responsável pela construção das usinas de Angra 1 e Angra 2 e estuda expandir seus negócios na China atuando em parceria na construção dessas usinas.

Com informações da agência Reuters.


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