| 29/05/2001 22h13min
Um dos homens mais controversos da política brasileira nos últimos anos estará deixando o Senado nesta quarta-feira de uma forma jamais esperada há pouco de mais de três meses, quando presidia a Casa. Faltando 19 meses para o fim de seu mandato, Antonio Carlos Magalhães apresentará seu pedido de renúncia perante seu sucessor e arquiinimigo, Jader Barbalho (PMDB-PA). Com a iniciativa, ACM evita um processo de cassação, que poderia resultar em sua morte política. Aos 73 anos, ACM só recuperaria seus direitos políticos aos 83 anos, caso tivesse sua cassação aprovada por seus pares. Ainda assim, teria de aguardar outros dois anos para poder concorrer novamente ao Senado ou ao governo do Bahia. O pronunciamento deve durar entre 40 e 45 minutos. O senador permanecerá em Brasília até quinta-feira para acompanhar a posse do filho e seu suplente, Antonio Carlos Magalhães Júnior. Em seguida, no mesmo dia, voa para Salvador, onde será recebido pelos seus correligionários. O presidente do Congresso, Jader Barbalho, é quem comandará a sessão em que seu maior inimigo político subirá à tribuna para renunciar ao mandato. O discurso de ACM acontece exatos 420 dias depois de ele ter começado a guerra particular contra Jader, e tanto o PMDB como o PFL prevêem um clima morno neste embate final. Depois da articulação da cúpula pefelista, que passou o dia com apelos para que ACM faça um "discurso de estadista", deixando de lado os ataques pessoais e os xingamentos que dedicou a Jader de 2000 para cá, o presidente do Senado e o PMDB apostam que as eventuais "referências" à sigla e ao presidente do Congresso dispensarão respostas. Diante do anúncio de uma renúncia com data marcada, Jader nem sequer despachou o relatório do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, recomendando à Mesa Diretora a abertura de processo contra ACM. Renúncia feita, o destino do relatório será o arquivamento. • Entenda o caso
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